O ministro das relações exteriores da Venezuela, Jorge Arreaza, tornou pública, no último final de semana, mais uma tentativa de ataque do governo dos Estados Unidos para violar a soberania do país e atacar o governo de Nicolás Maduro. Arreaza publicou, em sua conta no Twitter, documentos que comprovam um pedido da Casa Branca, do início de abril, ao presidente da Guiana para acessar os equipamentos de transmissão do país com o propósito de transmitir programas de rádio para a Venezuela como forma de influenciar a população contra o governo.
Se comprueba la denuncia del Presidente @NicolasMaduro sobre la política ilegal anunciada por voceros de EEUU para invadir nuestro espacio radioeléctrico. El gobierno de Guyana reconoce que recibió la solicitud de Washington y se negó a prestarse para desestabilizar a Venezuela pic.twitter.com/sxJDKPte9n
— Jorge Arreaza M (@jaarreaza) July 18, 2020
O documento, um memorando enviado pelo Ministério das Relações Exteriores dos EUA ao Ministério das Telecomunicações Públicas da Guiana em primeiro de abril, solicita acesso a torres de transmissão de rádios de médias frequências do país para transmitir programas do canal Voz de América, que é um canal de propaganda do governo dos Estados Unidos para influenciar países do continente.
Arreaza também publicou um artigo de um canal de notícias da Guiana, dando mais detalhes sobre a posição do governo do país, do próprio presidente David Granger, que afirmou que “dada a extensão de uma fronteira ocidental não policiada, o afluxo de refugiados, a questão territorial instável e os riscos à saúde pública, não seria do nosso interesse nacional fazer algo para contribuir com as relações desestabilizadoras neste momento”.
O presidente se refere à uma região conhecida Essequibo, que é reivindicada há quase um século pela Venezuela como parte de seu território e que teria sido usurpado pela Inglaterra, durante o período de dominação colonial da Guiana, região rica em minérios como ouro e petróleo.
A situação é uma flagrante tentativa de ataque à Venezuela, ferindo a sua soberania com um artifício vindo de um país estrangeiro, que no caso já seria uma articulação de vários países, o que é inaceitável pois o governo venezuelano é amplamente apoiado pela população e é exatamente por este fato que o governo da revolução bolivariana se mantém. Entretanto, é importante destacar que, ainda que as acusações fajutas do imperialismo fossem um fato, elas nunca seriam argumentos para uma interferência de potências imperialistas em assuntos de outro país, pois elas visam colocar governos submissos a seus interesses e não aos interesses do povo.
Destacamos ainda que essa última ação denunciada faz parte, na verdade, de uma ampla campanha do imperialismo, encabeçada pelos EUA, que há anos ataca os governos da revolução bolivariana, pois são contrários aos interesses do imperialismo, como foi o caso do golpe bancado pela CIA que derrubou Hugo Chávez em 2002; golpe esse revertido pelo povo em menos de 48 horas. Foi ocaso também do início do bloqueio econômico impetrado em 2015 pelo governo de Barack Obama, o aprofundamento do bloqueio e dos ataques pelo governo de Donald Trump, o qual chegou a eleger o seu presidente da Venezuela, o traidor Juan Guaidó, rejeitando a ampla votação da população em Nicolás Maduro na sua reeleição em 2018.
Os ataques são muitos e se intensificam, impedindo inclusive a chegada de recursos básicos, como alimentos, medicamentos e insumos para medicamentos, insumos para a produção industrial e de combustíveis. Para enfrentar as dificuldades ilegalmente impostas, o governo venezuelano tem recebido recursos da Rússia, China, Irã e brigadas médicas de Cuba. Outros graves ataques recentes foram o roubo de recursos de empresas do Estado venezuelano no exterior como os 7 bilhões de dólares da Citgo, uma empresa que administra a operação da PDVSA nos EUA, e o roubo de 1,2 bilhões de dólares em reservas de ouro no banco da Inglaterra, ambos disponibilizados ao golpista e ilegítimo Juan Guaidó, que vem sendo julgado pela justiça venezuelana por desvios de recursos, enriquecimento ilícito e outros crimes no curso de seu mandato como membro da Assembleia Nacional.
É preciso deixar claro que a Venezuela possui as maiores reservas de petróleo confirmadas do mundo, além de jazidas de ouro e de outros minérios também entre as maiores do mundo, e são exatamente esses recursos que despertam o interesse das potências imperialista em interferir tão violentamente no país.
Outro aspecto é a burguesia venezuelana que se sente pressionada pelas medidas populares do governo bolivariano e passou a apoiar as ações imperialistas contra o próprio país. Porém, como uma minoria abastada e por natureza da classe é exploradora do trabalhador, seus interesses não podem ser maiores do que os interesses da grande maioria da população que é pobre e trabalhadora.
Assim, o povo venezuelano tem o direito de escolher seus governantes e todo o caminho que a nação deve trilhar; nenhuma interferência externa deve sobrepor-se à soberania do povo que é o real interessado. Devemos inclusive defender o aumento do poder popular no país e o direito à autodefesa contra as ameaças da burguesia imperialista.