Após o ocorrido no motim da Polícia Militar no Estado do Ceará, onde o senador Cid Gomes (PDT) tentou passar por cima de um piquete dos soldados que ocupavam um Batalhão da PM e que resultou nos tiros contra o parlamentar ficou ainda mais clara a enorme crise dentro do regime golpista.
A crise econômica e a política implantada pela direita após o golpe de estado em 2016, de cunho neoliberal com cortes no orçamento e privatizações colocou uma crise dentro do sistema repressivo do estado, entre os Estados e a polícia militar.
A situação demonstra uma grave crise política dentro da direita e que reduzi-la apenas a atuação de milicianos querendo desestabilizar um governo demonstra um erro grave de avaliação política.
Hoje, pelo menos 12 estados se encontram em situação de pressão dos militares por reajuste nos salários e com possibilidade de novos motins de policiais militares que reivindicam melhores condições salariais, o que está demonstrando uma crise generalizada nos estados devido a política econômica.
Os estados estão falidos, como resultado da política econômica da direita, e os governos estão tomando medidas de ataques a todo o funcionalismo público, como arrocho salarial, demissões, cortes orçamentários e reforma da previdência. Concordando ou não com os policiais, também fazem parte da lista de servidores e são uma grande despesa dos Estados, porque chegam a aproximadamente 500 mil homens em todo o país.
Nesse momento, os governos conseguiram derrotar os servidores públicos, como por exemplo professores, com a justificativa que tinha que cortar gastos, e como vão explicar essa situação para as forças policiais?
Em alguns estados, como o governo do fascista Romeu Zema (NOVO), de Minas Gerais, concedeu aumento de 40% para os policiais militares, nos próximos anos, e abriu uma enorme crise na burguesia. Houve diversas críticas da direita por causa do aumento considerado excessivo para a política de corte de gastos e que essa medida poderia estimular policiais de todo o país para as mesmas reivindicações.
Já as outras categorias de servidores ficariam com o arrocho salarial e evidenciaria uma situação de que dinheiro não falta e que o governador estava “comprando” as forças policiais num momento de crise e mostra o fracasso das políticas neoliberais.
Crise do aparato repressivo
A crise generalizada da política econômica está levando a uma enorme crise do aparato repressivo através do choque entre as forças de repressão e o estado. O estado necessita das forças de repressão contra os trabalhadores, principalmente no momento de ataques a classe trabalhadora e a população em geral.
As forças policiais, em especial a Polícia Militar, é um setor muito grande e afeito a violência, que estimulada pela extrema direita após o golpe, se tornou um problema na medida em que realiza os ataques ao funcionalismo público.
Essa situação mostra que o regime está em crise, inclusive com o setor que o estado se apoia para reprimir os trabalhadores. A situação é de enorme oportunidade para a esquerda derrotar a direita e o governo Bolsonaro.