Iniciada na última segunda-feira, dia 17, a greve dos Correios continua forte e deve se manter na semana que vem. Isso porque a direção da empresa se recusa a negociar com os trabalhadores e voltar atrás da tentativa criminosa de extinguir a maior parte dos direitos da categoria.
A direção da ECT (Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos), por meio de seu presidente bolsonarista, general Floriano Peixoto, colocou em marcha, de acordo com as exigências do governo Bolsonaro e dos capitalistas, a campanha para preparar o terreno para a privatização da empresa. Espalhou na imprensa golpista que os trabalhadores são privilegiados para justificar a demolição dos direitos da categoria.
O ataque é o maior já sofrido pelos trabalhadores dos Correios em todos os tempos. Das 79 cláusulas do Acordo Coletivo, a direção da empresa quer extinguir ou modificar 70, acabando com benefícios básicos como o vale cultura, o auxílio creche, diminuindo o vale alimentação e adicionais. Uma devastação.
Tudo isso porque o governo Bolsonaro já anunciou que vai entregar os Correios para os capitalistas e estes não querem pagar nem um centavo a mais para a categoria.
Isso sem contar que a privatização vai significa demissão de mais trabalhadores e terceirização, como já vem ocorrendo na categoria há alguns anos.
Para o povo brasileiro, a privatização significa a destruição de um dos maiores patrimônios construídos pela população. A ECT é a única empresa que consegue chegar em todos os mais de 5 mil municípios brasileiros, coisa que os capitalistas não farão, deixando boa parte do povo sem o direito a ter acesso ao serviço postal.
O ataque do governo Bolsonaro é muito duro e deve ser respondido pelos trabalhadores com medidas de força. É mentira o que a empresa divulgou, afirmando que a greve tem pouca adesão. É a velha mentira dos patrões para desmobilizar a greve. A mobilização, na realidade, é bem forte e a categoria sabe que terá que radicalizar para derrotar o governo Bolsonaro.
Por isso, é preciso não apenas ampliar a greve como realizar os piquetes para parar a produção, unificar com os terceirizados e ocupar os setores de trabalho. A força é a única linguagem entendida pelos patrões e por esse governo que faz de tudo para agradar os capitalistas e atacar os direitos dos trabalhadores. Em Araraquara os trabalhadores deram o exemplo e ocuparam uma agência, esse é o caminho!
Fora Bolsonaro, não à privatização dos Correios!