Poucos meses antes da eleição fraudulenta de Jair Bolsonaro à presidência da República, o então candidato fascista e sua equipe de campanha se reuniram com altas autoridades do Reino Unido, como revela reportagem do sítio Brasil Wire, que teve acesso a documentos do Ministério de Relações Exteriores britânico.
Em 10 de abril de 2018 se encontraram em São Paulo Bolsonaro, seu filho Eduardo e um assessor cujo nome não foi discriminado. Pelo lado britânico compareceu o embaixador Vijay Rangarajan e pelo menos uma outra pessoa, porque o documento está censurado com uma tarja preta. No entanto, é possível que os outros membros da comitiva britânica fossem a ex-funcionária da Shell e então secretária-chefe do Tesouro, Liz Truss (que havia chegado ao Brasil no dia anterior), e a diplomata Chetna Patel, que estariam em São Paulo no mesmo dia da reunião entre o embaixador e Bolsonaro.
O Brasil Wire questiona o que Truss teria vindo fazer no Brasil, uma vez que o governo britânico se nega a fornecer qualquer informação sobre sua visita ao País, mesmo passados oito meses da solicitação de liberdade de informação feita pelo veículo.
Rangarajan continuou mantendo um forte contato com a campanha de Bolsonaro. Em 29 de junho, ele enviou uma carta ao candidato sobre “parceiros estratégicos”. Dois meses depois, em 24 de agosto, recebeu informações de Paulo Guedes – que já era publicamente o futuro ministro da Economia – na presença do cônsul-geral Simon Wood. Um mês depois, em 20 de setembro, o embaixador enviou a Guedes uma carta sobre a reunião de agosto. Finalmente, em 15 de outubro (entre o 1º e o 2º turno das eleições), Rangarajan e Guedes conversaram por telefone. Entretanto, qualquer detalhe de todos esses contatos foi retido pelo governo britânico na divulgação dos documentos para o Brasil Wire.
Retidos também foram os detalhes da reunião de Rangarajan em 14 de novembro com o já eleito Jair Bolsonaro e alguns dos principais membros de sua equipe, um mais fascista que o outro: o vice Hamilton Mourão, o futuro chefe do GSI, general Augusto Heleno, e dois de seus filhos, não especificados, assim como outros indivíduos.
A reportagem – que é a segunda de uma série que está sendo publicada pelo sítio estrangeiro – evidencia claramente que Bolsonaro foi eleito com promoção e financiamento do imperialismo, não só o norte-americano, mas também o britânico e o conjunto do imperialismo internacional.
Deixa às claras, ainda, o quão servil é o presidente ilegítimo que, mesmo antes de assumir o cargo, já estava vendendo o Brasil para os grandes capitalistas – neste caso específico, britânicos.
Bolsonaro não foi eleito pelo povo brasileiro, mas sim pelos governos imperialistas e os grandes monopólios capitalistas que o promoveram e financiaram. Foi eleito contra a vontade do povo brasileiro, para justamente destruir todos os direitos da população e entregar o País de bandeja para seus financiadores.
Jair Bolsonaro não é e nunca foi popular, e as manifestações cada vez mais frequentes da população pelo Fora Bolsonaro comprovam isso. Comprovam também a necessidade de derrubar o presidente fascista e ilegítimo, para que o saque do Brasil cesse e as riquezas e recursos nacionais sejam destinados ao povo, que deve derrubar o governo e se apoderar dele para garantir a soberania popular.