Na sexta-feira (4), a Companhia Energética de Brasília (CEB) Distribuidora foi privatizada. A empresa Neoenergia venceu o leilão com a proposta de pagamento de R$ 2,515 bilhões. O ágio foi de 76, 63% em relação ao preço mínimo, fixado em R$ 1,424 bilhão, conforme avaliações financeiras contratadas pelo Banco Nacional de Desenvolvimento econômico e Social (BNDES).
O processo de privatização começou no mês de janeiro e se consumou no prazo de onze meses. O presidente da CEB, Edison Garcia, afirmou que o tempo foi recorde. O presidente do BNDES, Gustavo Montezano, esteve presente no leilão é assinalou a importância da privatização, tida como “histórica”.
A avaliação das empresas é que a CEB é um ativo estratégico, isto é, tem um grande potencial de lucratividade e é considerado um excelente investimento. Três empresas participaram do leilão: além da Neoenergia, fizem lances a CPFL Comercialização de Energia Cone Sul e a Equatorial Participações e Investimentos.
A CPFL ofertou R$ 1,95 bilhão pela CEB, enquanto aa Equatorial propôs R$ 1,48 bilhão. A Neoenergia fez um lance muito maior e adquiriu a empresa de energia. A CPF e a Neonergia disputaram disputaram a distribuidora. Empresáros espanhois controlam a Neoenergia.
A vencedora é responsável por quatro distribuidoras de energia nos Estados da Bahia, Pernambuco, São Paulo e Rio Grande do Norte, com um público total de 34 milhões de pessoas.
Uma consultoria especializada na área de energia destacou que tanto a férrea competição pela CEB quanto o ágio foram surpreendentes. Além disso, foi destacado que o valor pago não foi caro, devido à qualidade do ativo.
A venda da CEB Distribuidora significa a entrega de mais uma empresa pública, uma parte do patrimônio nacional, para o capital internacional. Desde o golpe de Estado de 2016, as riquezas nacionais têm sido entregues sistematicamente. As empresas somente disputaram a CEB pelo fato de saberem que esta é valiosa e representa uma possibilidade real de lucros astronômicos.
O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), afirmou que a “distribuição de energia estará melhor a cargo da iniciativa privada”. No fim do leilão, Ibaneis estava na Bolsa de Valores. O governador emedebista ainda salientou que o governo do DF vai intensificar as privatizações e parcerias público-privadas no pŕoximo ano.
Os próximos alvos de Ibaneis são o Metrô do Distrito Federal e a abertura de capital da Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal. Um dos argumentos utilizados para justificar a privatização é o de que a CEB não cumpria as metas fixadas pelas agências reguladoras e apresentava problemas técnicos no fornecimento de serviços.