Em nossos tempos nenhum golpe de Estado pode dispensar a grande imprensa e o empresariado. É certo também que além dos “gerentes” locais, o Golpe de Estado tem seu comando e chefia no coração do imperialismo. Dessa forma, natural, que Moro viaje com representantes da Globo e da Fiesp aos Estados Unidos.
Nota-se que acordos secretos, de “cooperação” às costas do Estado da população foram firmados e o ex-juiz e Paulo Skaf embarcam em viagem para prestar contas sobre o golpe. Necessário ver como estão se saindo, receber orientações, e aprender como aprimorar o monitoramento ditatorial dos cidadãos através dos aparatos de vigilância.
Vejam que a viagem não envolve autoridades em comércio exterior, embaixadas, mas, o ministro da Justiça, Sergio Moro. O objetivo da viagem é fazer uma “visita técnica”, algo como aprimorar a espionagem, ou seja, “para verificar como funciona o modelo norte-americano de combate a crimes cibernéticos”.
Mas que empresas estão na mala do Ministro em viagem para os EUA? Os representantes são ligados a empresas como Globo e Microsoft. Trata-se de um acordo de cooperação foi assinado em outubro pelo ex-juiz com a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), de Paulo Skaf.
Nota-se que a dúvida sobre Moro ser um agente da CIA já vem de longe. A observação de especialistas como o jurista Fábio Konder Comparato que, indignado com a forma como Moro agiu para impedir o cumprimento de um habeas corpus que colocaria Lula em liberdade. Depois Moro manterá Lula fora das eleições. Comparato, àquele tempo já se indagava: “Moro goza de total impunidade. Estou convencido de que ele é um agente norte-americano”, disse Konder Comparato à Rede Brasil Atual.
Mas será mesmo que Moro é ligado a órgãos de inteligência nos Estados Unidos, como a CIA? Ora, Moro é citado em relatório da embaixada norte-americana no Brasil sobre um encontro sobre lavagem de dinheiro promovido no Rio de Janeiro em 2009, com a participação do FBI.
Ademais, aos 14 de julho de 2018 foram reveladas conversas de Moro com Deltan Dallagnol em que conspiram para desestabilizar regime de Nicolás Maduro na Venezuela.
Além disso hoje se sabe que os Estados Unidos usaram a Lava Jato para atingir um “objetivo da política externa, que era se livrar de Lula e Dilma Rousseff e avançar um pouco mais no processo de “demolir” a independência dos países latino-americanos que não estão alinhados com o governo norte-americano. É o que avalia o economista e pesquisador norte-americano Mark Weisbrot (em entrevista a André Neves Sampaio, colaborador do GGN nos Estados Unidos, Weisbrot falou sobre as relações do Departamento de Justiça norte-americano com a Lava Jato).
Assim, não pairam mais dúvidas sobre a cooperação de Moro, CIA e FBI. Uma viagem custeada pelo Estado com Moro, FIESP, Globo e Microsoft em pleno andamento do golpe Estado, marca mais uma evolução das aproximações sucessivas preconizadas pelo Vice Mourão. Não há dúvidas de que o golpe avança.
A classe operária ainda pode barrar os golpistas. Fora Bolsonaro e todos os golpistas!