A empresa americana de tecnologia IBM anunciou um plano de demissõs em massa no seu quadro de funcionários. Os mais afetados serão aqueles setores que não estão relacionados com a divisão de serviços em núvem. A empresa não divulgou o número de demissões que pretende realizar, com alegação de que o sigilo se justifica por “razões de concorrência”.
As demissões podem atingir os setores de software cognitivo e de saúde no Watson, plataforma de Inteligência Artificial da IBM. Uma informação do site The Layoff aponta que as unidades de Serviços Globais de Tecnologia, assim como a de Serviços Globais de Negócios, podem demitir 40% e 25% respectivamente de seu quadro funcional.
A onda de demissões já atingiu as unidades de cinco estados americanos. Cortes teriam atingido os trabalhadores da Pensilvânia, Califórnia, Missouri e Nova York. Este último é o estado onde a empresa está sediada.
Segundo a IBM, as demissões são resultado dos impactos econômicos da pandemia do Covid-19. No balanço financeiro do primeiro trimestre de 2020, a empresa registrou queda de 3% nas vendas e redução de 25% da margem de lucro. As ações da IBM tiveram queda de 20% nos últimos três meses.
A pandemia do coronavírus acelerou o aprofundamento da crise mundial do capitalismo. Neste momento – como de praxe – o que se percebe é que os capitalistas buscam descarregar a crise nas costas dos trabalhadores, que estão sendo lançado aos milhões no olho da rua, sem qualquer perspectiva de sobrevivência.
Os governos burgueses não fazem absolutamente nada para amparar os trabalhadores e suas famílias e garantir seus empregos. Pelo contrário, os recursos públicos são direcionados massivamente por meio de planos de ajuda para os bancos e os grandes capitalistas, ameaçados pelo declínio da economia. Enquanto os trabalhadores são lançados na miséria, a seleta camada dos 623 bilionários dos EUA amplia sua fortuna em aproximadamente 440 bilhões de dólares nos dois meses de duração da pandemia. Já são 39 milhões de pedidos de seguro-desemprego nos EUA.
Trabalhadores demitidos relatam que a IBM não considera qualquer tipo de critério para realizar as demissões. Não importa se o trabalhador tem filhos recém-nascidos; se tem muito tempo de empresa; se paga tratamento para familiares que estão doentes; se tem idade avançada ou se está à beira da aposentadoria. Sem mais nem menos, a empresa simplesmente os lança no olho da rua.
O aprofundamento da crise vai causar mais sofrimentos aos trabalhadores e suas famílias. É preciso proibir as demissões e mobilizar a classe trabalhadora e suas organizações em defesa das condições de vida, do salário e do emprego.