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Lei de Segurança Global

Franceses denunciam nas ruas a ditadura de Emmanuel Macron

Aumento desenfreado da violência policial contra a população, aliado à perseguição a imigrantes e minorias, escancara a luta de classes que ocorre no coração do imperialismo europe

Milhares de manifestantes saíram às ruas em diversas cidades da França, pela segunda semana seguida, contra a  “Lei de Segurança Global”.  Esse projeto de lei diz respeito a assuntos como penas diferenciadas para quem agredir agentes da lei, regularização da segurança privada, e a captura de imagens por câmeras de segurança. Entretanto, um dos pontos mais polêmicos dessa lei é o Artigo 24, que pune com prisão e multa a difusão de imagens que possam servir para identificar agentes das forças de repressão em serviço. Segundo uma reportagem feita pela rádio francesa France Culture, o Artigo 24 visa evitar que o cidadão comum mostre, quando agredido por agentes de repressão, imagens gravadas em seu smartphone como forma de defesa ou denúncia.  

No dia 30 de novembro, fim de semana após a aprovação da Lei de Segurança Global, a população saiu às ruas em protestos contra Artigo 24. De acordo com os órgãos de segurança da França, 133 mil pessoas participaram das manifestações de rua em todo o país. Um dos fatos mais marcantes dessa mobilização foi a agressão sofrida pelo fotógrafo Sírio, Ameer Alhalbi, brutalmente atacado pela polícia. No dia 5 de novembro, os protestos reuniram cerca de 5 mil pessoas em Paris. Da mesma forma que na semana anterior, as manifestações foram marcadas pelo confronto entre as forças de repressão e a população. De acordo com o jornal Le Figaro, um jovem perdeu todos os dedos da mão ao pegar uma granada de efeito moral para lançá-la de volta à polícia. 

A situação encontra-se delicada na França desde o fim de Novembro. Como parte da política chamada de chamada de “tolerância zero”, que persegue acampamentos ilegais de imigrantes em Paris, a polícia desmantelou um grande campo de imigrantes nos arredores da capital que continha cerca de 2400 pessoas. Na mesma semana, um produtor musical negro foi espancado pela polícia em Paris, ação essa denunciada na Internet. Ambas as ações resultaram em amplas manifestações que foram marcadas pela forte repressão por parte da polícia. 

Por fim, é importante salientar que a pandemia degradou a situação econômica da França. Um estudo publicado no dia 12 de novembro pelo jornal francês Le Parisien estima que a França terá, até o fim do ano de 2020, cerca de 10 milhões de pobres, o que corresponde a 15% da população. Portanto, o aumento desenfreado da violência policial contra a população, aliado à perseguição a imigrantes e minorias, escancara a luta de classes que ocorre no coração do imperialismo europeu. 

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