Os bem organizados e determinados sindicatos e trabalhadores franceses acabam de colher uma importante vitória, impondo uma grande derrota ao governo do presidente Emmanuel Macron, o mandatário que representa o interesse dos capitalistas da França, em particular os banqueiros. Macron recuou em sua ofensiva contra os trabalhadores franceses ao anunciar que não mais levará adiante o principal destaque na pauta de reforma da previdência, o aumento da idade mínima de 62 para 64 anos para o recebimento dos benefícios.
O primeiro-ministro, Edouard Philippe. foi quem anunciou a disposição do governo em não manter o polêmico ponto da reforma, o que acaba por quase que inviabilizar o projeto. Os sindicatos que que dirige nacionalmente o movimento estão paralisados há cinco semanas, em uma das maiores campanhas contra o governo Macron, já desgastado pelo enfrentamento com os chamados “Coletes Amarelos”, que se lançaram em um duro embate com o governo francês.
A política de Macron – assim como de outros governos da “Zona do Euro” – é fazer com que o ônus da crise capitalista que devasta todo o continente europeu recaia sob a classe trabalhadora dos países do velho continente, se valendo para tanto de um conjunto de medidas que atacam duramente as condições de vida das massas, já por demais pauperizadas com as impopulares medidas que vêem sendo adotadas pelos governos burgueses em toda a Europa.
A luta dos trabalhadores franceses em defesa da aposentadoria e de suas condições de vida contra os planos e os ataques do governo dos banqueiros, representados por Macron e a burguesia francesa sew mostrou como o único caminho eficaz no sentido de impor derrotas aos capitalistas europeus, particularmente em um país que é a segunda economia da Zona do Euro”. O ataque à previdência pública e aos direitos conquistados pelos trabalhadores vem sendo uma das vias principais por onde os capitalistas e seus representantes no Estado buscam recompor por seus lucros, destruindo as conquistas sociais e empurrando as massas populares para os planos de previdência privada.
O exemplo de luta e determinação demonstrado pelos sindicatos e os trabalhadores franceses deve servir de inspiração para todo o conjunto dos trabalhadores que lutam contra os governos burgueses pela manutenção não só da previdência pública, como por manter na esfera pública um conjunto de outros serviços e conquistas que são o resultado de décadas de luta e mobilização da classe trabalhadora contra o capital em todo o mundo.