No último dia 10, latifundiários organizaram um ataque contra o acampamento Tiago dos Santos ligado a Liga dos Camponeses Pobres de Rondônia. A ação coordenada pelo governo de extrema direita do Coronel Marcos Rocha (PSL) contou com mais de 300 homens da Força Nacional de Segurança Pública e da Polícia Militar do Estado, fortemente armados e encapuzados para não serem identificados pelos crimes que iriam cometer.
A ação extremamente violenta contra as 600 famílias de camponeses que ocupam uma área de 57 mil hectares griladas pela empresa Leme Empreendimentos Ltda, de propriedade do latifundiário, grileiro e organizador de milícias Antônio Martins (Galo Velho).
As denuncias da LCP mostram que a ação foi organizada pela extrema direita. As famílias denunciam que os policiais mostravam vídeos do fascista Jair Bolsonaro dizendo que “o presidente autorizou matar todos os sem terra”. Os camponeses, incluindo idosos e crianças, foram humilhados e tratados como criminosos, sendo colocados todos sentados no chão (como cenas que a PM faz com presidiários), e oficiais de justiça colocaram todos os camponeses em fila e deixaram apenas pegar alguns pertences antes de serem expulsos do local.
Todos os camponeses foram revistados, humilhados e seus barracos foram revistados e destruídos pelos policiais sob o olhar e silencio dos oficiais de justiça. Há relatos de prisões, pessoas desaparecidas e perseguição a trabalhadores da cidade que foram identificados com os camponeses, numa clara operação fascista.
A imprensa burguesa, que tratou de fazer um grande alarde da morte de policiais e sem nenhuma prova acusar os camponeses da LCP, nesse momento está em silencio absoluto e não fala nada de operações policiais na região. Isso porque tentam abafar o acontecimento e esconder a ação completamente ilegal da polícia e da direita do Estado e um possível perseguição e massacre a camponeses após o despejo.
Isso foi visto no Massacre de Corumbiara onde toda a imprensa burguesa se retirou e nada se falou sobre a ação policial um dia antes do massacre realizado pela direita e a PM de Rondônia.
O uso da Força Nacional contra a LCP em Rondônia é mais um caso que releva o caráter fascista dessa organização policial. É composta pelos elementos mais direitistas das forças de repressão dos Estados para atacar duramente a população pobre e trabalhadora.
Não é por acaso que está sendo cada vez mais utilizada contra os trabalhadores, em especial contra a luta pela terra. Está sendo utilizada nesse momento para reprimir os indígenas Guarani-Kaiowá de Mato Grosso do Sul e contra o MST no Extremo Sul da Bahia. Em todos os casos a mando do governo Bolsonaro e do secretário de assuntos fundiários Antonio Nabhan Garcia.
É preciso que os movimentos de esquerda denunciem e, além de prestar solidariedade, se coloquem em apoio a Liga dos Camponeses Pobres e dos camponeses de Rondônia.