A União Nacional dos Estudantes (UNE) e a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES), ambas comandadas pelo PCdoB, estão convocando uma manifestação com a palavra de ordem de Fora Weintraub para o dia 3 de fevereiro, na avenida Paulista, aproveitando um manifestação que já acontecerá organizadas pelas ditas “centrais sindicais”.
Em seu Twitter oficial a UNE afirma: “Se liga! Já tá sabendo que Segunda-feira o Bolsonaro irá à um almoço na FIESP? Nós vamos lá, nas ruas, pra dar nosso recado e exigir o fim desse descaso com a educação. Vem também!#ForaWeintraub #EuDefendoAEducação“. O presidente da entidade, Iago Montalvão também escreveu em seu Twitter: Darcy Ribeiro deve se revirar todos os dias enquanto Weintraub estiver sentado na cadeira de Ministro da Educação. Minha indignação é proporcional à minha tristeza pela educação brasileira. O povo e o estudante brasileiro não merece essa figura insana.”
Chama a atenção que o PCdoB esteja convocando um ato pedindo a saída do ministro da Educação, justamente o PCdoB, que tem sido um dos principais inimigos da luta pelo fora Bolsonaro. Revela-se uma política de sustentação do regime golpista por meio de uma política de procurar reformar o governo de extrema-direita.
Ao pedir que Bolsonaro demita Weintraub, o PCdoB acredita, ou pelo menos quer fazer acreditar, que bastaria uma mudança pontual ou administrativa dentro do governo e o problema geral seria resolvido. Portanto, segundo essa concepção, não se trata de destruir o regime golpista, começando pela derrubada do governo Bolsonaro, que foi colocado no poder após um golpe de Estado e eleições fraudadas. Trata-se de procurar convencer Bolsonaro a mudar o governo, como se fosse possível convencer a extrema-direita e como se o problema não fosse justamente a política de Bolsonaro e não a política de cada ministro.
A mesma política a esquerda pequeno-burguesa repetiu no caso de Damares Alves, Paulo Guedes e Roberto Alvim. A esquerda pequeno-burguesa se recusa a chamar fora Bolsonaro, mas insiste na demagogia de tentar reformar o governo.
Trata-se de uma política demagógica e com fundo eleitoral, justamente pois pretende apenas e de maneira muito ineficiente, diga-se de passagem, fazer propaganda para desgastar o governo. Como se a esquerda estivesse disputando votos com Bolsonaro e os bolsonaristas.
Por fim, essa política da direção da UNE revela a política do PCdoB e da ala mais direitista da esquerda pequeno-burguesa. Não enfrentar os golpistas mas esperar as eleições para fazer uma frente ampla com os próprios golpistas com exceção do próprio Bolsonaro. Não precisa ser muito esperto para saber que os golpistas do PSDB, do DEM e outros que apoiam Bolsonaro não querem o fora Bolsonaro.