100 anos de Fellini

Federico Fellini: 100 anos do grande cineasta italiano

Federico Fellini: entre o Sonho e a Realidade. Um surrealista, delirando entre memórias e hipocrisias da sociedade burguesa

Nascido em 20 de janeiro de 1920 em Rimini, cidade histórica do litoral Italiano, Federico Fellini completaria agora 100 anos de nascimento. Sendo o cineasta italiano mais influente e lembrado da história do cinema, com uma obra de mais de 20 filmes marcada por personagens caricatos, circenses ou teatrais, foi inspiração para muitos cineastas que admitiram tê-lo como inesquecível, Woody Allen, David Lynch, Girish Kasaravalli, David Cronenberg, Stanley Kubrick, Martin Scorsese, Tim Burton, Pedro Almodóvar, Terry Gilliam e Emir Kusturica, dentre outros.

Filmes para Lembrar

Os temas abordados são diversos, sempre com um humor irônico e sarcástico, trágico e poético. Enquanto seus filmes mais aclamados, “A Doce Vida” e “8 e 1/2”, apresentam os bastidores dos meios de comunicação de massa revelando o lado humano e cotidiano das celebridades, “Ginger e Fred” homenageia a dupla de dançarinos de Hollywood, ao mesmo tempo em que denuncia a futilidade da programação televisiva que exibe uma dupla que imita a coreografia dos astros da década de 30 num programa de auditório. Já em “Satyricon”, Fellini retrata a promiscuidade das orgias no decadente Império Romano, século I DC, desafiando a hipocrisia da alta sociedade ao abordar temas tabus para os anos 1960 como a prostituição, homossexualidade, a pedofilia e a antropofagia. Com certo realismo, o filme chegou a ser proibido em alguns países. De forma geral, seus filmes causavam incômodo pois denunciavam os vícios e o vazio da vida burguesa.

Vale chamar atenção para “Ensaio de Orquestra”, um filme pouco exibido ou comentado. Fellini filma cenas de uma orquestra ensaiando, com depoimentos de cada um dos músicos, como se fosse fazer um documentário. O Maestro, com sotaque alemão, chega e autoritariamente comanda a orquestra. Os músicos se revoltam levando à intervenção de um representante do Sindicato que interrompe o ensaio. Enquanto o Maestro reflete sobre o “poder da música” os músicos fazem uma assembleia decidindo substituí-lo por um metrônomo, a confusão aumenta depois de um apagão e uma inesperada intervenção de uma bola de demolição destrói o auditório matando a harpista soterrada sob os escombros. Após a tragédia todos se acalmam e o Maestro volta a comandar a orquestra. A alegoria nos leva a pensar no papel das lideranças e na luta de classes.

Felliniano: uma qualidade

O adjetivo felliniano, incorporado a diversas línguas, inclusive o português, surgiu para caracterizar aquilo que nos faz lembrar seus filmes, o seu cinema autoral, também classificado pelos críticos, ao lado de Luis Buñuel, de Cinema Surrealista. Rompendo os limites entre realidade e imaginação, os filmes fellinianos misturam suas próprias memórias, sonhos, fantasias e desejos criando uma atmosfera estranhamente familiar que aos poucos vão culminar em delírios.

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