O Departamento de Tesouro dos EUA impôs, na sexta-feira (22), novas sanções contra membros do governo da Nicarágua. Desta vez, os alvos foram o chefe do Exército, Julio Cesar Avilés, e o ministro da Fazenda, Iván Adolfo Acosta Montalvan, por “apoiarem o regime corrupto de Ortega”.
“As contínuas violações do regime de Ortega dos Direitos Humanos básicos, a corrupção flagrante e a violência generalizada contra o povo nicaraguense são inaceitáveis”, disse o secretário do Tesouro, Steven T. Mnuchin.
Essas sanções são baseadas nos fatos ocorridos em meados de 2018, quando o imperialismo norte-americano promoveu uma intensa desestabilização na Nicarágua para derrubar o governo do presidente Daniel Ortega, da Frente Sandinista de Libertação Nacional. Na ocasião, grupos de mercenários pagos pela oposição ligada a “ONGs”, empresas, agências de espionagem e políticos dos EUA realizaram uma série de manifestações violentas semelhantes às “guarimbas” venezuelanas, que deixaram centenas de mortos.
Embora a maioria dessas mortes, conforme investigações independentes, não tenham decorrido da repressão estatal, a forte propaganda da imprensa imperialista jogou toda a culpa no governo, que conseguiu vencer o golpe graças à mobilização das forças populares. No entanto, o conflito e a propaganda permitiram ao imperialismo sancionar membros do governo e empresas estatais nicaraguenses, acusando-os de “violar os direitos humanos” ou de corrupção, desculpa habitual da direita para derrubar governos nacionalistas.
A Aliança Bolivariana para os Povos de Nossa América (ALBA), organização multiestatal de caráter nacionalista e progressista, condenou as novas sanções imperialistas.
“A Aliança repudia a promoção desse tipo de ação em meio a uma pandemia global, pois evidencia uma gravíssima falta de ética e humanidade do Governo estadunidense, ao mesmo tempo que é uma medida errática e desesperada que tem pretendido aplicar aos Governos progressistas da América Latina e do Caribe”, diz a nota da ALBA.