No começo do mês de Novembro, o reitor escolhido pelo presidente ilegítimo Jair Bolsonaro foi empossado e a movimentação dos estudantes contra esse ato interventor começou a se concretizar por meio de um protesto em frente a reitoria.
O protesto se deu por conta da posse do Reitor interventor Valdiney Veloso Gouveia, que compunha uma chapa nas eleições universitárias e não recebeu um voto sequer, o que não o impediu de ser escolhido. O protesto que se iniciou no começo do mês cresceu e deu vazão a uma maior atividade e organização do movimento estudantil.
Nesta última quarta-feira, os estudantes, os servidores e os professores da UFPB fizeram um ato público que começou por volta das 16h. A manifestação se reuniu na Praça da Paz, bairro dos bancários de João Pessoa e prosseguiu até a UFPB ocupando a reitoria da universidade. Além da ocupação, os membros também ocuparam a Via Expressa Padre Zé ateando fogo em pneus para bloquear a passagem de automóveis. Ou seja, o ato foi combativo e mostra o interesse da comunidade universitária de conjunto de lutar pela autonomia universitária e contra a intervenção bolsonarista na universidade.
Segundo a AdufPB, Associação de docentes da universidade federal da Paraíba, o ato é parte da decisão tomada pelos professores e servidores no dia 13 quando em assembleia determinaram a paralisação das atividades da UFPB. Os estudantes da universidade e organizações estudantis como o Levante Popular da Juventude e a União Nacional dos Estudantes também tiveram papéis determinantes na decisão. É importante ressaltar a paralisação também é motivada pela intervenção bolsonarista e busca lutar pela autonomia e pela derrubada do interventor, e portanto, o respeito a escolha da comunidade, a organização dos estudantes, técnicos e professores.
É preciso ver o ato como um avanço de conjunto e principalmente dos estudantes que lideram a manifestação desde o seu começo, e também uma continuidade positiva do ato realizado no dia 5, data da publicação do reitor no Diário Oficial. É preciso lutar pela intensificação do movimento e pela continuidade e radicalização dos atos. O ato não deve acabar com a retirada do interventor e com a posse da chapa vencedora, deve-se estirpar o mal pela raiz. É preciso uma ampla mobilização nacional liderada pelos estudantes pelo Fora Bolsonaro e contra a direita inimiga da juventude!
Antes de tudo, é necessário explicar que só com a mobilização nacional da juventude e com a derrubada de Bolsonaro que poderemos conquistar concretamente a autonomia universitária, o governo tripartite, um governo democrático de pareamento dos votos de estudantes, professores e servidores, assim como também o fortalecimento do movimento estudantil e da juventude. No momento temos que enfrentar o EAD, a Farsa do Ensino Híbrido, a volta às aulas presenciais, a militarização das escolas e intervenção nas universidades cientes de que só a organização e revitalização do movimento estudantil e a luta da juventude pelo Fora Bolsonaro que unifica a luta e torna possível concretizar os avanços obtidos nos últimos meses. Pelo Fora Bolsonaro!