Nesta última sexta-feira, dia 19, estreou às 22h no canal Curta!, o documentário “O Mês Que Não Terminou”, sendo o canal coprodutor do longa que aborda o tema das manifestações de junho de 2013 e como tiveram desdobramentos nos acontecimentos do atual período, como o governo ilegítimo de Jair Bolsonaro chegou a presidência. O filme foi ideia do filósofo Francisco Bosco e do artista visual Raul Mourão e foi estreado em outubro do ano passado no cinema, primeiramente na 43ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo. Logo em seguida a exibição foi no Festival de Brasília e por fim na cidade do Rio de Janeiro.
O documentário, narrado pela atriz Fernanda Torres, mostra as manifestações de junho de 2013, chamadas “Jornadas de Junho”, que foram protestos contra o aumento das passagens, mostrando a influência que teve no impeachment de Dilma Rousseff e de como podemos ver agora que o Brasil está tendo que enfrentar com os efeitos de uma pandemia na saúde pública e na economia com o governo de Jair Bolsonaro. Tem também entrevistas que fizeram análises dos acontecimentos, como os economistas Laura de Carvalho e Joel Pinheiro da Fonseca; os filósofos Marcos Nobre e Pablo Ortellado; o jornalista Reinaldo Azevedo; e os psicanalistas Maria Rita Kehl e Tales Ab’saber.
“Foi em junho de 2013 que uma parte da população brasileira descobre o que é ter identidade política. E o nosso desafio para o futuro é abandonar esta identidade, para voltar a fazer política de forma racional, e não só emocional. Se estou afetivamente ligado a uma ideia, nenhum argumento lógico vai me fazer abandoná-la. Vira uma relação religiosa.” comenta o filósofo Francisco Bosco, um dos apresentadores do “Papo de Segunda” (GNT) e coautor do longa metragem.
“A proposta era fazer um filme-ensaio, e pude trabalhar com a liberdade para escolher as obras que entrariam. Foi importante também contar com a confiança desses artistas, que cederam seus trabalhos para que ganhassem uma outra leitura no contexto do filme”. disse o artista visual Raul Mourão, outro coautor.
A obra faz uma alusão ao livro de Zuenir Ventura, “O Ano que Não Terminou”, que fala sobre os fatos políticos e históricos do ano de 1968 aqui no Brasil. O filme foi terminado de montar em 2018, levando um olhar para cinco ano depois das manifestações e como o primeiro acontecimento afetou os próximos anos. Embora as manifestações de Junho de 2013 tenham sido um movimento legítimo de reivindicações, como foi o protesto pelo aumento das passagens, ele foi tomado e usado para movimentos que vieram depois, da direita.
Para entender melhor este acontecimento fundamental da luta política brasileira, veja a apresentação do programa Marxismo nº 32, feito pelo companheiro Rui Costa Pimenta:





