À serviço da burguesia

Estadão evidencia qual o papel político de Boulos

Boulos é o centro de toda a manobra para construir a esquerda que a direita gosta no Brasil

Em São Paulo, Guilherme Boulos (PSOL) chegou ao segundo turno com os votos do PT, como resultado da enorme e escancarada propaganda realizada pela burguesia, destacadamente por meio de sua venal imprensa e dos seus institutos de pesquisas, que procuravam impor como realidade a sua vontade, ou seja, de que o PT não tinha chances de se ‘classificar’ para o segundo turno, apenas Boulos.

O próprio resultado eleitoral, no qual o candidato petista teve quase 9% dos votos, depois do desvio do voto ocorrido para o “candidato com chances”; quando na pesquisa ficou entre 1 e 6%, comprovou a operação fraudulenta.

O mesmo se deu no Rio de Janeiro, onde Benedita da Silva tinha condições de ir ao segundo turno, mas PDT, PSOL etc. junto com toda a imprensa capitalistas armaram um boicote, inclusive, com campanha de setores que apoiaram Boulos (como Caetano Veloso) fazendo campanha pelo “voto útil” na ex-chefe de Polícia do governo Cabral, Marta Rocha, do PDT que chegou a ser cogitada como candidata a vice do candidato do DEM, mas que foi lançada candidata para, assim, executar melhor a função de desviar votos da esquerda e impedir que o PT chegasse ao segundo turno.

Nesses e em muitos outros episódios colocou-se como em prática dois objetivos fundamentais da direita golpista nas eleições: isolar Bolsonaro e o PT, isto é, isolar “os extremos”, o que deixa o caminho aberto para os “moderados”.

O que a eleição demonstrou é que há um movimento muito forte para a esquerda. A burguesia precisa trabalhar nesse sentido e precisa de métodos duros contra a classe operária para controlar a situação. Seja com um governo fascista, seja com um governo de extrema direita com aparência institucional. Doria e o controle que o PSDB tem sobre o estado de São Paulo é um exemplo.

Boulos é o centro de toda a manobra para construir a esquerda que a direita gosta no Brasil. Pretendem, com Boulos, substituir todas as lideranças do PT, em primeiro lugar, o próprio Lula.

Isto porque Lula é o dirigente do partido de esquerda mais ligado ao movimento operário e popular. Um ataque a ele é um ataque a todos ligados a esse movimento. Boulos é um elemento pequeno-burguês que apoiou o golpe (estando à frente da campanha direitista “Não vai ter Copa”) e que sempre atuou para desarmar a esquerda em seus enfrentamentos fundamentais contra o golpe (defendendo a prioridade da luta “contra os ajustes de Dilma” em oposição à luta contra o golpe e negociando com a PM/Doria, o fim das manifestações na Paulista pelo fora Bolsonaro que colocaram os fascistas para correr).

É preciso mostrar, a cada momento, o que significa a colaboração com a burguesia. Boulos representa a tentativa de fazer com que a esquerda pequeno-burguesa predomine totalmente sobre os trabalhadores. É o candidato da pequena burguesia e até de um setor da burguesia. A ponto de merecer elogios jamais dispensados a um candidato da esquerda como se viu, por exemplo, no editorial do reacionário O Estado de S. Paulo, do último dia 22:

Guilherme Boulos, do PSOL, mostrou-se amadurecido. Deixou de lado o figurino de agitador que marcou sua carreira como líder dos sem-teto de São Paulo para agregar apoio a seu projeto político, o que foi suficiente para se viabilizar como um candidato de esquerda competitivo numa cidade que desde as eleições de 2016 repudia fortemente o PT e tudo o que o lulopetismo representa… certamente será, assim, um nome forte da esquerda em disputas futuras, despontando como líder de uma reorganização dos partidos que até há pouco orbitavam o PT e Lula da Silva“.

Em tais condições o PCO deliberou em sua 31a. Conferência Nacional, Conferência João Alberto e João Cândido, encerrada no último domingo, não votar nos candidatos da esquerda pequeno burguesa que  não estão ligados à classe operária, como Guilherme Boulos (PSOL), Manuela D’Ávila, Marília Arraes (PT), que  não representam os interesses dos trabalhadores diante do necessário enfrentamento com a direita.

Um voto de classe, de um partido operário, não pode ser definido com base na ideologia, mas sim em relações concretas. Um partido operário pode chamar a votar em um candidato que não tenha a sua ideologia, se o candidato ter condições de contribuir com o desenvolvimento da luta de classes da classe operária.

O voto nas candidaturas pequeno-burguesas indica que a pequena burguesia tem o direito e o privilégio de controlar politicamente a classe operária, o que não pode ser apoiado.

Trata-se de defender a independência de classes, assim como pregava o lema do PCO na campanha eleitoral: trabalhador vota em trabalhador, quem bate cartão não vota em patrão.

Essa posição visa também armar o Partido para, depois das eleições, intensificar a campanha pelo fora Bolsonaro e todos os golpistas e o imperialismo e impulsionar a luta pela candidatura presidencial de Lula – um verdadeiro divisor de águas na etapa atual – começando pela luta pela restituição dos seus direitos políticos.

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