A esquerda pequeno burguesa brasileira segue uma crescente guinada à direita, com dois fatos muito ilustrativos desse processo, ambos envolvendo o movimento de mulheres. Um é o caso de Mariana Ferrer. Segundo as informações divulgadas nas redes, a moça foi drogada e estuprada em uma festa de ricos, inclusive sendo um acusados filho de um dos advogados da Rede Globo. No julgamento, foi possível ver o tratamento dispensado à vítima e como a justiça brasileira trata com distinção pessoas endinheiradas e influentes.
O outro caso foi a manifestação do jornalista Rodrigo Constantino sobre esse julgamento, o direitista falou absurdos sobre mulheres que são estupradas quando vão para festas, inclusive chegou a afirmar que se fosse com a própria filha ela seria punida.
O caso da moça causou muita comoção, assim como a opinião do coxinha Constantino, que acabou sendo demitido de diversos órgãos de mídia por esses não quererem se vincular a essa posição. Mas todo o repúdio deu resultado a que?
Qualquer movimento revolucionário marxista que luta pelos direitos das mulheres esperaria uma grande campanha de mobilização seguida da reorganização das mulheres brasileiras contra a violência a que são submetidas diariamente em uma sociedade capitalista. No sentido de autodefesa e educação da classe operária, que faria evoluir homens e mulheres.
Mas a realidade foi totalmente outra, a esquerda pequeno burguesa urgiu aos” altruístas” governantes que temos no Brasil o aumento das penas para estupradores. O resultado de tudo isso foi o projeto de lei 5112/20 da Deputada Federal bolsonarista Bia Kics, o projeto prevê penas mais duras contra estupradores, e chega ao absurdo de propor a castração química, o tipo de crime cometido por governos fascistas do século XX.
A deputada deu a resposta esperada pela esquerda e pela direita midiática, o projeto terá o nome de Lei Constantino, uma homenagem, em apoio ao direitista que segundo ela, esta sendo perseguido pelo que disse e que, ao contrário da esquerda realmente luta pelo aumento de penas contra estupro, inclusive o projeto em seus itens essenciais foi sugerido por Constantino.
Isso aponta para a esquerda marxista que a organização real das mulheres precisa se desenvolver em um sentido contrário ao do identitarismo, movimento demagógico e punitivista, que busca subjugar a classe trabalhadora, consciente ou inconscientemente




