Do “fique em casa” ao “volte às ruas”, a esquerda pequena-burguesa, em sua política de frente ampla meramente ficou a reboque da burguesia durante todas as suas investidas. Agora, com a pressão pela reabertura de todas as unidades de ensino, a esquerda pequeno-burguesa coopera com a iniciativa direitista.
As pressões vem de todos os lados pelos setores capitalistas, um exemplo disto é a política seguida em torno das mensalidades das escolas particulares. A Assembleia Legislativa do Estado do Rio (Alerj), passou a discutir mudanças em um projeto que propõe a redução nas mensalidades.
Este projeto e suas mudanças são encabeçados por figuras como o deputado Flávio Serafini (PSOL) e o deputado petista, Waldeck Carneiro, que inicialmente colocavam o desconto nas escolas privadas tendo como base a quantidade de alunos matriculados, contudo, agora, a prioridade são o “equilíbrio fiscal das instituições”.
Waldeck coloca que os estudantes que pagam acima de R$ 350 paguem, gradativamente, com descontos. Além disso, deixa claro que isto sequer pode valer como lei, pois haveria a necessidade de uma negociação estudante vs instituições, assim como a política burguesa da negociação entre patrões e empregados.
Os deputados, dos quais tratam estas medidas de redução de mensalidades é uma verdadeira vitória para a população, colocam em marcha um plano da direita que visa pressionar economicamente as famílias pela volta a “normalidade”, ou seja, ao trabalho e aulas em plena pandemia.
Tal situação ocorre pois, neste momento de crise econômica mundial e a total paralisação dos estudos com a pandemia, muitas famílias passam a ter nas mensalidades um gasto abusivo do qual sequer podem usufruir de um retorno. Outros, com a crise, sequer tem condições de pagá-las.
Dessa forma, a pressão pela continuidade das mensalidades não é apenas uma forma de socorrer os capitalistas, como também, forçar a necessidade da volta ao trabalho das famílias e assim, a retomada das instituições de ensino, onde seus filhos são deixados.
Esta política é percebida sobretudo em estados como o Ceará, onde também um membro da esquerda pequeno-burguesa, o governador Camilo Santana (PT), anunciou que, após um dia do fim do isolamento social rígido em Fortaleza, irá organizar a reabertura das atividades econômicas a partir de 1 de junho. Junto a isto, as escolas particulares devem retomar as atividades presenciais no dia 17 do mesmo mês.
A esquerda pequeno-burguesa, dessa forma, apenas contribui para a política geral dos grandes capitalistas e do bolsonarismo. O “fique em casa” evidenciou-se uma total farsa.