Enquanto a burguesia se esforça para se salvar da crise financeira, o povo a segura nas costas. Não é diferente no sistema educacional, onde os golpistas encontram espaço para gastar menos com as políticas educacionais, ela ataca diretamente a comunidade escolar e universitária. Seja com cortes de verbas, com a suspensão do passe livre, a implementação ensino a distância, as demissões em massas de jovens estudantes, os despejos das moradias estudantis, a campanha para volta ás aulas, o objetivo do governo bolsonarista é claro: explorar o máximo possível da população durante a pandemia e conter a mobilização popular.
Nesse âmbito, as escolas cívico-militares são uma das mais antigas estratégias fortalecidas pela direita. Em uma escola militar é promovida uma verdadeira ação ditatorial, que proíbe os estudantes de se organizarem em grêmios independentes, reuniões e manifestações políticas, ou seja, a direção comandada pelo exército impõe o que bem entender. Nenhum militar tem competência para ensinar, sua função é colocar em prática os interesses mais conservadores e direitistas do país, autênticos milicianos do fascismo. São eles os assassinos da população pobre, dos negros e dos trabalhadores. Sem contar que nessas escolas as matérias de desenvolvimento humano são perseguidas e por vezes extintas, para serem substituídas pela moral e cívica. É o modelo da escola com fascismo, de partido único, que pretende direcionar o juventude para a sua contínua opressão.
Justamente por isso, no meio da crise financeira, ao invés de dar auxílios decentes aos estudantes com fome, ou investir em uma política de testes e de abertura de hospitais e postos de saúde, o governo do Distrito Federal investe na reestruturação de tais escolas. A Coordenação Regional de Ensino (CRE) do Recanto das Emas, trabalha desde começo do ano em diversas reformas no CEM 111 e no Colégio Cívico Militar CEd 308. Pelo Programa de Descentralização Financeira e Orçamentária (PDAF), o qual permite apenas uma completação de recursos financeiros às escolas, elas recebem uma série de reparos nas redes elétricas e lógicas, novos estruturas como rampas, banheiros, a troca de pisos e paredes, entre outras.
A princípio parece algo positivo, mas a verdadeira e única intenção desse projeto é fazer propaganda tanto da volta às aulas durante a pandemia, quanto do projeto criminoso da militarização das escolas. Os estudantes precisam se organizar para exigir uma verdadeira política para combater a crise, pelo fim de todas as escolas militares. Sem confiar em meras propagandas demagógicas que claramente tentam esconder o genocídio do povo e ao mesmo tempo promover uma política fascista para a educação.