Faleceu nesta segunda-feira (6) Ennio Morricione, maestro famoso que escreveu várias músicas em diferentes estilos, compositor de trilhas sonoras de filmes famosos que marcaram a história do cinema e o fizeram ganhar prêmios no Oscar pelas músicas dos filmes “Três Homens em Conflito”, “Cinema Paradiso”, “Os Oito Odiados”, “Atame!” e “Os Oito Odiados”.
Entre seus maiores filmes em que participou escrevendo as trilhas sonoras estão: “Batalha de Argel” de 1966 e ” Sacco e Vanzzeti” de 1971, obras incluídas no realismo italiano e com teores políticos muito fortes e importantes. Como o segundo filme citado, que trata de uma época em que os Estados Unidos estava em uma onda anticomunista e os dois personagens principais são condenados a morte por um motivo extremamente preconceituoso e com o interesse político de eliminar pessoas de ideais de esquerda, como os dois protagonistas que eram italianos e anarquistas. Tanto que este filme foi proibido no Brasil durante a ditadura militar e só voltou a ser exibido em 1980, onde começou a ficar mais branda a censura.
Já o filme “Batalha de Argel”, feito em preto e branco para sublinhar a natureza dos cine jornais da época, sendo um dos clássicos de maior destaque do cinema político em que mostra os problemas do imperialismo europeu na Africa e que não foram resolvidos até hoje mostrados nas cenas das ações da Frente nacional de Liberação da Argélia (a FLN) nas ruas, no período das décadas de 1950 e 1960. Trata também do povo árabe na luta para se libertar da opressão e da expropriação das suas terras que foram colonizadas pelos franceses pelo período de 130 anos.
As trilhas sonoras do maestro eram perfeitas nos longas onde equilibrava com o roteiro, fazendo uma combinação perfeita entre a arte cinematográfica e a música. Ennio fez seu próprio obituário que dizia: “Eu, Ennio Morricone, morri. Anuncio desta maneira a todos os amigos que sempre estiveram próximos de mim e também àqueles um pouco mais distantes, a quem saúdo com muito carinho. Impossível nomear todos eles. ‘Há apenas uma razão que me leva a cumprimentar todo mundo assim e a ter um funeral particular: não quero incomodar'”.





