Matéria da Money Times desta semana informa que o banco UBS enviou relatório aos clientes com base nos dados coletados da economia. Eles indicam que a economia brasileira está operando nos níveis de 2006 e 2007. E que, após queda no PIB em março de 5,5% em relação a fevereiro, estimam que para abril em relação a março, a queda deverá ser da ordem de 18%.
Com os indicadores econômicos utilizados tais como a oferta monetária (M1) e o consumo de energia, apuraram queda de 20% na economia após o início das crise do coronavírus ocorrida em meados de março.
A partir desses dados reavaliaram as expectativas de recessão feitas para 2020. Saindo de queda de 5,5% para queda de 7,5%. Também revisaram a expectativa para 2021 que era de crescimento de 6,5%, e agora apostarem em 1%, se houver recuperação a partir do 1º semestre do ano.
Esses dados revelam que as expectativas do desempenho da economia segue ladeira abaixo. Isso se observa tanto nas previsões feitas pelo Banco UBS para o caso brasileiro, como também para as do Fundo Monetário Internacional e da Organização Internacional do Trabalho para o Brasil e para o mundo todo.
Ao mesmo tempo as expectativas de desenvolvimento da pandemia segue em sentido contrário. E ainda sem data estimada para acabar. Aumentam os casos de infecção e de morte, que aos poucos vão ficando concentrados nas populações mais pobres.
Isso porque os ricos contam com recursos monetários para se prevenir e curar-se. Podem pagar hospitais, testes, tratamentos, o que for preciso, inclusive fazer o isolamento, enquanto os pobres perdem as rendas com demissões em massa, perda dos benefícios sociais como aposentadorias, pensões, auxílio doença, etc., sem tratamento em hospitais públicos que a cada dia as condições ficam piores.
Desse modo o sistema financeiro mundial, que é parte dos maiores representantes da elite que controla o mundo de forma imperialista, mês após mês, estão sinalizando que as condições do sistema capitalista encontram-se em plena degradação.
Números como os de desemprego dos trabalhadores e a diminuição dos lucros das empresas são equiparados aos da crise de 1929, historicamente os piores já ocorridos no capitalismo. São consequências da crise de superprodução de mercadorias, que resultam em queda da atividade econômica, podendo levar a depressão, que é considerado o pior dos mundos para os empresários capitalistas.
Ao mesmo tempo cresce o ritmo da concentração da renda em favor dos mais ricos, tornando os monopólios cada vez mais poderosos e em menor número de empresas na economia mundial.
É a classe dos trabalhadores a que mais sofre com essas crises, passando por fome, miséria, doenças, despejos e em total desamparo pelo estado. Que não se enganem, esse estado representa os interesses e a manutenção dos capitalistas no poder.
Mas como tudo tem o outro lado, com as crises abrem-se as possibilidades de surgirem revoltas populares, que se forem organizadas e conduzidas com sabedoria pelas lideranças dessa classe, poderemos vir a ter mudança significativa na forma como a sociedade se organiza para produzir os bens que necessita para a sobrevivência.
Quando os trabalhadores se unem em conselhos populares nas fábricas e empresas, os estudantes nas escolas, a população nos bairros, passando a controlar a produção e distribuição dos bens para o conjunto da sociedade, organizando o funcionamento do serviço médico, das escolas, do comércio, etc., começam a aprender e se especializar nessas tarefas de execução e controle, chegando ao nível da organização do próprio estado.