A reabertura das escolas públicas no Brasil ocorreu nesta segunda (19) do mês de outubro, em meio a pandemia do novo coronavírus que já causou mais 5.2 milhões de casos confirmados e 153 mil mortos. No Amazonas, São Paulo e Pernambuco já havia retorno parcial de alunos para a rede estadual de ensino público, porém nesta segunda a reabertura se expandiu para oito outros estados, que tinham a retomada planejada para este mês: Espírito Santo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Piauí, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Os demais estados, incluindo o DF continuam sem previsões de volta as aulas das redes estaduais.
A volta as aulas no Brasil já ocorreu para o ensino privado, ficando a critério das direções das escolas privadas se irão abrir ou não. Também já se viu a ocorrência de colégios militares, que são instituições públicas, que reabriram desafiando a legislação de fechamento. A reabertura na rede pública de todos os estados na qual ocorreriam por etapas graduais, obedecendo “rigorosos” critérios sanitários, como o uso de mascaras obrigatório, turmas menores estabelecendo distanciamento social, livre uso de álcool gel e outros materiais para fins sanitários. É claro que estes critérios de precaução são incapazes de serem seguidos na vasta maioria das escolas estaduais brasileiras, uma vez que não há infraestrutura ou verba na educação pública para tal, muito menos organização.
Alguns exemplos práticos desse dia 19 de outubro, de reabertura, no Rio de Janeiro, ajudam a elucidar o absurdo: na escola estadual Prado Jr, das 7 turmas do 3 ano médio, apenas 22 alunos compareceram. Na escola estadual Carmela, compareceram apenas 10 pessoas. No Prado Jr, o protocolo de Distanciamento e precaução contra o Covid consistiu na suposta distribuição de lanche com spray de álcool em gel e uma flanela. Porem o álcool e a flanela não foram sequer distribuídas, mas colocadas nas áreas do primeiro andar da escola.
O movimento da burguesia para restabelecer as aulas presenciais é uma clara articulação em favor dos interesses próprios destes elementos. Seguindo as pesquisas da OCDE, que afirma a queda de 1.5% do PIB mundial devido ao fechamento das escolas, é possível ver no mundo inteiro medidas, movimentos e propagandas de caráter direitista que visam favorecer a política de reabertura.
Não se deve alimentar ilusões, estas políticas e movimentações agem contra os estudantes e demais setores da comunidade escolar (pais, funcionários e professores), e não passa de uma articulação que pretende promover um genocídio da juventude em escala nacional. Não é do interesse das categorias estudantis aceitar ou corroborar com a reabertura das escolas. Por meio legislativo ou eleitoral não será possível conter a ofensiva da direita e da burguesia. É necessário que os estudantes se mobilizem nacionalmente pela suspensão do calendário escolar e pelo Fora Bolsonaro e todos os golpistas.