Segundo os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil alcançou a taxa de 12,2% de desempregados no 1º trimestre de 2020. Maior desde 2012, o dado por si só já é muito grave, no entanto, não retrata a situação do durante e do pós pandemia, o que indica o tamanho da crise em que o país está colocado.
Isto porque a pesquisa traz dados até março, ou seja, uma situação anterior a pandemia do novo coronavírus. Uma grande questão é: se antes da pandemia, o desemprego já estava na casa dos 12,2% – o que equivale a quase 13 milhões de trabalhadores no país (12,9) – já mostrava uma enorme crise, em qual nível de degradação a situação está neste momento e estará no pós pandemia?
“A saída da nossa crise vem com desemprego alto e informalidade elevada, um problema de antes da pandemia.”
É o que afirma o economista Manoel Pires, do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getúlio Vargas (FGV), em depoimento ao Jornal Estado de São Paulo nesta quinta (21). Para ele, nos dados do próximo trimestre da PNAD-Contínua, o desemprego saltará para a casa dos 20%!
Para Pires, julho será o pico do problema. Segundo ele porque a economia estará em processo de retorno à normalidade, mas com peso maior, só então se terá uma medida do estrago feito. Isso porque a demanda não voltará para o nível de antes da crise e a paralisação no país será mais longa do que o governo esperava no início da pandemia.
É preciso dizer que esses dados são apenas uma pequena medida direta da política do governo golpista de Bolsonaro, que em nenhum momento teve um programa para a geração de empregos, além de manobras estatísticas para comemorar a criação de postos de trabalho informais como motoristas e entregadores de aplicativo.
No entanto, apesar de Bolsonaro ter sido escolhido pela burguesia pela fraude eleitoral, para implementar o programa neoliberal de terra arrasada, o desemprego é um indicador do tamanho da crise que se coloca no país, um dos aspectos principais da instabilidade política nos últimos anos,
Portanto, o desemprego seguirá como um fator que exibe o tamanho da crise, mantém a instabilidade e pode servir como motor de um amplo movimento para derrubada do governo.