As “reformas” que vêem sendo implementadas pelo governo golpista do presidente fraudulento Jair Bolsonaro e seu ministro ultraneoliberal Paulo Guedes, representam o mais duro e impiedoso ataque de um governo burguês contra o conjunto da população explorada da nação, sem que haja qualquer paralelo na história recente do País, dada a voracidade com que o grande capital investe contra as condições de vida dos brasileiros. Os ataques contra os direitos e conquistas dos trabalhadores e das massas populares são, na verdade, o resultado do golpe de Estado de 2016, onde logo após a deposição do governo eleito, o vice traíra Michel Temer e os golpistas abriram fogo contra o povo brasileiro, encaminhando ao Congresso Nacional corrupto e reacionário um conjunto de medidas (Emenda Constitucional nº 95, reforma trabalhista, etc.) favorecendo abertamente os financiadores do golpe, os banqueiros, o grande capital privado nacional e internacional.
A grande investida do governo Bolsonaro contra os direitos e conquistas sociais das massas em 2019 foi, além de muitas outras, a “reforma” (leia-se destruição) da previdência, quando foi apresentado ao Congresso o projeto, que é um verdadeiro petardo contra a previdência pública nacional. Aprovado sem que houvesse uma luta tenaz e decidida por parte do conjunto da esquerda parlamentar, que em momento algum dirigiu um chamado a que os trabalhadores se mobilizassem para barrar a ofensiva do governo, dos golpistas e da direita reacionária contra direitos históricos conquistados às duras penas, agora o mesmo projeto bolsonarista vem sendo implementado nos Estados e também nos municípios, atacando os trabalhadores da esfera estadual e municipal, particularmente os servidores públicos.
O que se pode constatar neste momento é que não somente os governos alinhados diretamente com o bolsonarismo estão implementando a reforma, como nos Estados onde a esquerda está à frente do Poder Executivo o ataque vem sendo realizado de uma forma ainda mais brutal, com a Polícia Militar reprimindo as mobilizações dos trabalhadores contra a “reforma” de Bolsonaro e Paulo Guedes. Um absurdo completo, pois além de não ter realizado nenhum esforço para mobilizar contra o projeto, um determinado setor da esquerda vem colaborando abertamente com o bolsonarismo no desmonte da previdência pública e no ataque aos direitos dos trabalhadores e da população pobre do País.
As poucas reações estão vindo das entidades de luta nacional, como a CUT, que em nota criticou a reforma da previdência que vem sendo implementada nos Estados pelos governadores, incluindo aqueles identificados com a esquerda (PT, PCdoB). A CUT critica a ausência de discussão com as entidades representativas dos trabalhadores, alertando para o real significado da “reforma”, que aponta no sentido da retirada de direitos e conquistas históricas dos trabalhadores. “A Central Única dos Trabalhadores orienta a todas as entidades filiadas, CUTs estaduais e ramos a mobilizarem suas bases para buscar todas as formas de resistência possíveis para impedir mais essa ofensiva contra os direitos dos trabalhadores e trabalhadoras” (sítio da CUT, 20/01).
A única forma eficaz de se opor aos ataques do governo pró-imperialista de Bolsonaro e Paulo Guedes é a luta para colocar de pé um amplo e vigoroso movimento de massas que unifique nacionalmente não só todas as categorias de trabalhadores, mas uma luta decidida para para levantar o País e o povo brasileiro contra o governo que vem promovendo, em tão curto espaço de tempo, a maior obra de destruição nacional. Neste sentido, a CUT deve dirigir um chamado não somente à mobilização nacional, não somente à luta contra os ataques aos direitos e conquistas dos trabalhadores contra as reformas reacionárias do grande capital, mas um chamado à luta maior, à mobilização maior que expressa neste momento o desejo de milhões de brasileiros, que é a luta contra o governo fraudulento, opressor e entreguista de Bolsonaro, apoiado pela extrema direita, pelo conjunto da burguesia e pelo imperialismo.