A pandemia de covid-19 provocou uma forte queda das exportações da América Latina e Caribe, aponta um estudo do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), que destaca que a recuperação é incerta. No primeiro semestre de 2020, o valor da negociação de produtos na região teve uma variação de -16% em ritmo anual, enquanto a de serviços foi de -29,5%, indica o relatório anual Monitor de Comércio e Integração do BID. Os fluxos entre as regiões retrocederam em todos os blocos: -30,3%, na Comunidade Andina; -24,6%, no Mercosul; -24%, na Aliança do Pacífico; e -8,8%, na América Central e República Dominicana.
Dizer que a crise se estenderá e a recuperação será lenta é uma forma da burguesia ocultar que não há perspectiva de recuperação, pois o Vírus Corona serviu como pretexto para os bancos concentrarem ainda mais riquezas
esse cenário tortuoso da pandemia, o aumento da riqueza dos bilionários chama a atenção de todos. A notícia fundada em um relatório das fundações UBS e PwC, revelam essa proeza, refletido nos preço de ações e ganhos em tecnologia e saúde, que mais se destacaram nesses tempos de covid-19.
A análise produzida no relatório é feita na base de mais de dois mil bilionários, representando 98% da fortuna total do grupo, e que envolve um patrimônio acrescido em 25% durante os primeiros meses da pandemia, alcançando US$ 10,2 trilhões em julho, ultrapassando o recorde anterior de 2019, de US$ 8,9 trilhões.
Como já era de se esperar, os Bilionários da tecnologia, saúde e indústrias lideram o grupo, com ganhos de 36% a 44%, já que, com a pandemia, estas são as áreas mais procuradas no mercado.
Também chama a atenção o fato de o relatório analisar que do total de bilionários pesquisados, pouco mais de 10% doaram publicamente cerca de US$ 7,2 bilhões para ajudar a combater a pandemia. O que nos parece um despropósito, já que chegamos a mais de um milhão de mortos no mundo todo, e, como se pôde ver em vários países, que, como no Brasil, onde uma parcela grande da classe trabalhadora vive na miséria, e é vitimada pela pandemia exatamente por falta de recursos.
Embora no conjunto da situação, a regra seja a de que a pandemia coloque os brasileiros em um grande e desastroso processo de sofrimento e desgraça, o fato de vermos bilionários batendo recordes com aumento de sua fortuna coloca em evidência a desigualdade social, em um nível muito mais delicado que reclama uma justiça social que impeça esse tipo de barbaridade.
Os bilionários não só passam ilesos pela pandemia do novo coronavírus, como também aumentam a sua fortuna, e é claro, sempre às custas do aumento da pobreza e da miséria do povo.
Diante de uma realidade em que a maior parte da população sofre com o aumento da pobreza provocada pela pandemia, isso chega a ser desprezível e insustentável, ainda mais quando constatamos que esses desafortunados, entre março e maio, alcançaram o número de 7,8 milhões de desempregados, e, na primeira quinzena de junho, registraram 522,7 mil falências, entre micro e pequenas empresas.
E isso sem falar que haverá uma perda de receita tributária para 2020 que poderá chegar a 2% do Produto Interno Bruto (PIB) da América Latina e do Caribe, segundo estimativa dos analistas, o que representa US$ 113 milhões a menos e equivale a 59% do investimento público em saúde em toda a região.
O problema da distribuição de renda desigual é o que movimenta tanta pesquisa em tecnologia e busca de novos mercados. Não fosse a burguesia e o imperialismo se apropriar da mais valia, lucro excedente retirado da acumulação do capitalismo às custas da superexploração do trabalhador, não haveria como investir em novos mercados.
Foi com essa lógica que foi possível o capitalismo se desenvolver e chegar ao que estamos vendo hoje: um mundo absolutamente desigual e injusto, com a concentração de renda e riquezas nas mãos de pouquíssimos e milhões mortos de fome, na miséria e sem emprego e uma perspectiva de vida mais digna. Mas tudo isso feito às custas do sofrimento e da exploração do trabalhador.