“Ainda não há previsão para o retorno total das aulas presenciais na cidade”, mas os alunos já devem comprar os uniformes e os materiais. Os tucanos fazem de tudo para barrar a impopularidade do genocídio, e assim aumentar o número de escolas abertas e de alunos em trânsito, independente do inevitável aumento dos casos. Por isso, o prefeito Bruno Covas (PSDB) anunciou em coletiva de imprensa, nesta quarta-feira (16), um repasse de verba aos alunos da rede municipal para aquisição de uniforme e material escolar.
Serão R$ 387 para adquirir o kit padrão com cinco camisetas, cinco pares de meia, uma calça, uma jaqueta, um blusão, uma bermuda e um par de tênis. Todos pertences fundamentais para combater o coronavírus e evitar as milhares de mortes. O crédito será disponibilizado por meio de um aplicativo de celular a partir de 18 janeiro de 2021 para os estudantes do Ensino Fundamental, Ensino Médio e da Pré-escola. Já o kit material escolar terá verba por aluno que varia de R$ 33,40 para crianças do Berçário 1 e 2 até R$ 178 aos alunos do Ensino Fundamental.
“As escolas já estão preparadas, organizadas, todos os materiais necessários e indicados pelos protocolos de saúde foram adquiridos. Os repasses também feito às escolas para que os pequenos reparos e as pequenas intervenções possam ser feitas diretamente com a equipe gestora. Fizemos no ano de 2020 o maior programa de reformas de escola que se tem notícia na Prefeitura de São Paulo.”
Pois bem, infelizmente, o grande esforço de Covas para “reformar” as escolas não se compara com sua dedicação a salvar os bancos em crise e não fazer nada para combater o coronavírus. Sem a vacina distribuída massivamente, sem testes, sem hospitais de campanha, trilhões são gastos para financiar os bancos e as empresas, bem como, para reabrir toda a economia e assassinar a população para se safar da crise financeira.
Além disso, essa demagogia, ou melhor, esse suborno barato, ao invés de distribuir os uniformes, distribui vale-compra para que as famílias comprem os uniformes junto a empresas “conveniadas”, um eufemismo para corrupção tucana. Assim, o governo golpista investe na iniciativa privada, e faz ainda mais o comércio circular durante a pandemia.
Fica evidente que o plano do governo de Dória e Covas é para retomar as aulas presenciais o mais rápido possível, e, em conjunto, investir na privatização dos serviços públicos. Para a classe trabalhadora, que hoje vive na miséria e na doença, de nada adiantam uniformes, tablets, e novos aplicativos e lojas particulares. A juventude agora precisa trabalhar para não morrer de fome, mas então, na lógica tucana, ela deve também voltar para a escola, um dos principais centros de contaminação.
A medida reforça que o plano da direita para retomar as aulas presenciais já está traçado para acontecer, como também, esclarece que a intenção do governo é seguir com o programa neoliberal de destruição dos serviços públicos, comprando a população com qualquer migalha, e ao mesmo tempo esfaqueando ela nas costas. A juventude, em conjunto com toda a comunidade escolar, deve organizar uma greve nacional unificada para barrar a volta às aulas, e exigir um verdadeiro programa de combate à crise, sem nenhuma ilusão nas demagogias da direita.