A greve dos Correios foi aprovada no dia 17 de agosto, em Assembleia realizada por trabalhadores de todos os 36 sindicatos da categoria. Um dos principais motivos da paralisação é a ameaça de privatização da empresa por parte do governo de extrema-direita de Jair Bolsonaro, que vem procurando aplicar a política criminosa de seu Ministro da Economia, o chicago boy Paulo Guedes.
Para levar adiante a privatização da empresa, uma das principais medidas do governo é acabar com todas as conquistas da categoria. Todo e qualquer gasto com os trabalhadores deve ser enxugado. O presidente da ECT, o general bolsonarista Floriano Peixoto, chega a taxar os trabalhadores dos Correios de “privilegiados”, apesar de serem os funcionários com o salário mais baixo de todas as estatais e estar a beira de perder seus benefícios.
Outra questão que tem levado os trabalhadores dos Correios a se sublevarem contra a direção é o problema da pandemia. Durante todo o período do chamado “isolamento social”, os Correios foram um dos setores que não pararam de trabalhar nem por um momento e que não assumiram nem um tipo de medida para resguardar a saúde de seus trabalhadores.
Com relação à greve, apesar de a direção da Fentect afirmar que 70% dos trabalhadores se encontram paralisados, outros informes dão conta de que vários estados não aderiram à greve e em São Paulo, ela é extremamente parcial.
Uma das principais dificuldades que se tem para aumentar o alcance da paralisação é o fato de que a organização sindical dos trabalhadores dos Correios é muito confusa. São 36 sindicatos diferentes para uma categoria de trabalhadores que trabalham para apenas uma empresa. Essa gigantesca quantidade de direções sindicais aumenta as chances dos setores mais pelegos da burocracia sabotarem qualquer tipo de mobilização que possa estar sendo levada adiante pelos trabalhadores.
Além disso, existe uma gigantesca pressão da parte dos capitalistas, através da direção da empresa, e do Tribunal Superior do Trabalho (TST) para que se volte ao trabalho. A urgência que o regime tem em privatizar a empresa e poder vampirizar os trabalhadores do setor é gigantesca e a greve é um obstáculo nessa operação.
Além destes órgãos, a imprensa burguesa, representada principalmente pela Globo, também faz uma propaganda bastante direitista contra a greve. Alegando que os trabalhadores dos Correios seriam “irresponsáveis” por estarem paralisando em plena pandemia, o que é absurdo, visto que a pandemia e a frequente morte de trabalhadores é um dos motivos mais fortes para se pedir uma greve.
Para que sejam bem sucedidos, os trabalhadores dos Correios devem radicalizar a greve. Deve-se fazer uma intensa propaganda dela em todos os lugares possíveis e botar em pauta, principalmente, a luta contra a privatização da empresa e a luta pelo “fora Bolsonaro”, afinal, nenhuma conquista é realmente duradoura enquanto durar o governo da extrema-direita golpista