Com enorme tradição no futebol masculino, o Corinthians acaba de conquistar pela segunda vez o Campeonato Brasileiro de Futebol Feminino. Mantendo a mesma comissão técnica e a maioria das jogadoras desde 2016, o clube vem se destacando no cenário nacional e internacional. Além do Brasileirão de 2018, o Timão foi campeão da Copa Libertadores da América em 2017 e 2019.
A parceria entre Avaí e Kindermann começou em 2019, unindo as equipes de Florianópolis e Caçador (SC). Apesar de não ser tão conhecido quanto o clube da capital, a Sociedade Esportiva Kindermann tem tradição no futebol feminino, sendo campeã estadual por 11 vezes e campeã da Copa do Brasil em 2015.
O segundo jogo da final começou com a equipe do Avaí Kindermann pressionando e fazendo a goleira Lelê (Letícia) trabalhar. Do outro lado, a goleira Bárbara também foi bastante testada desde o começo. No lance do primeiro gol corintiano não teve qualquer chance contra uma finalização precisa de Gabi Nunes, da entrada da pequena área, após desvio em cobrança de escanteio.
O segundo gol veio de uma cabeçada de Gabi Zanotti, após outra cobrança de escanteio de Diany, poucos minutos depois do primeiro. Dessa vez, Bárbara saiu mal do gol e a camisa 10 do Timão não perdoou. O Corinthians ainda poderia ter ampliado logo na sequência, mas a goleira do Avaí Kindermann e da Seleção Brasileira defendeu um belo chute de fora da área de Zanotti.
Após cobrança de falta no começo do segundo tempo, Zóio (Tauane Sousa) diminuiu a diferença e marcou o primeiro gol do seu time. A volante apareceu livre para cabecear e balançar as redes. A reação da equipe catarinense foi interrompida por mais um gol da camisa 10 alvinegra. Tamires cruzou a bola na medida para Giovanna Crivelari, que cabeceou forte e obrigou Bárbara a espalmar. Gabi Zanotti estava lá para pegar a sobra e marcar o terceiro do Corinthians.
O Avaí não se rendeu e chegou mais de uma vez com perigo ao gol. A resposta corintiana chegou a ser abafada duas vezes seguidas num mesmo lance pela goleira da seleção brasileira, que seguiu sendo muito exigida pelo eletrizante ataque alvinegro.
Nova esperança da equipe azul e branca. Lelê (Leticia) recebeu ótimo lançamento do campo de defesa e bateu cruzado, de primeira, no cantinho do gol defendido por sua xará, que não teve como chegar na bola. Um belo gol, que acrescentou emoção ao jogo.
No entanto, o ataque corintiano surpreendeu novamente. Diany enganou a zaga adversária com uma belíssima assistência para Vic Albuquerque, que matou no peito e bateu cruzado para coroar a vitória do Corinthians.
A qualidade do nosso futebol feminino vem superando o boicote sistemático da CBF e não para de crescer. Com poucos recursos, o futebol feminino enfrenta na maioria dos clubes condições similares ao futebol amador. Quando os clubes investem numa estrutura mínima, como o Corinthians ou a parceria Avaí Kindermann, conseguem dar vazão ao enorme talento das nossas jogadoras.