Nos últimos três meses os número de novos casos de Covid-19 entraram numa curva descendente, com uma clara redução em relação ao mês de julho. Houve nesse período um aumento significativo de 4% no percentual de mortes em agosto e um aumento na taxa de contágio que voltou a ser igual a 1 em setembro.
O números indicam que podemos estar próximo de um ponto de inflexão, onde a curva de novos casos de Covid-19 voltaria a ser ascendente. Configurando até o cenário de uma segunda onda da pandemia, sem sequer temos saído da primeira onda pandêmica.
Na cidade de Blumenau o aumento de casos de coronavírus fez a prefeitura municipal recuar do plano de retomada das aulas presenciais. O retorno que ocorreria no dia 26 de outubro foi cancelado, a exceção da Educação para Jovens e Adultos (EJA), que voltará na próxima segunda-feira dia 26. Blumenau computou o montante de 1 mil novos infectados nos últimos 20 dias, no último domingo dia 18 de outubro o município bateu um recorde para o dia da semana nos seus registros de 50 novos infectados.
Em Joinville por exemplo onde o prefeito Udo Döhler (PMDB) é um ferrenho defensor da volta às aulas presenciais, que sustenta que “Nossos indicadores mostram que já podíamos ter retomado as aulas de forma segura, mas a matriz do governo do Estado faz uma leitura equivocada”. O mesmo foi obrigado a reconhece que diante das “resistências” parece ser “pouco provável” o retorno das aulas presenciais em 2020. “Estamos quase jogando a toalha” afirma o prefeito em relação ao retorno às aulas em 2020.
Temos que ter claro, que o retorno às aulas presenciais, principalmente nos ensinos fundamental e médio, acarretaria uma verdadeira explosão nos números de novos contágios. Essa política ainda estaria expondo a pandemia as crianças, adolescentes e seus familiares, bem como professores e todo o pessoal técnico de apoio das escolas.
Nesse cenário, com milhares de novos casos de covid-19 decorrentes do retorno às aulas presenciais, o setor que seria mais afetado seria os extratos mais pobres dos estudantes, em sua maioria negros. Hoje a pandemia no Brasil já adquiriu um caráter social, esse caráter se tornaria ainda mais agudo com o retorno às aulas presenciais.
O único meio de barrar a política genocida de volta às aulas presenciais durante a pandemia, é a mobilização massiva dos amplos setores envolvidos, professores, técnicos, estudantes e familiares. Essa mobilização deve ser encabeçada pelo estudantes e ter unidade na defesa da suspensão, cancelamento do calendário acadêmico até que a crise sanitária da pandemia de covid-19 seja superada.