A prefeitura de Belém publicou na sexta-feira, dia 30 de outubro, decreto que suspende as aulas presenciais nas redes pública e particular da capital por 30 dias, e já começa a valer a partir do dia 2 de novembro. A decisão foi justificada pelo aumento da disseminação da Covid-19 na capital, após 46 dias da reabertura das escolas na rede pública e 60 dias da volta as aulas nas escolas particulares.
O prefeito Zenaldo Coutinho destacou que a medida é preventiva e servirá para medir o avanço da doença na capital do estado do Pará. Contudo, o prefeito da direta golpista, manteve a autorização de funcionamento dos bares, restaurantes, casas de show e espaços públicos de recreação, com uma redução da capacidade e do horário de funcionamento. Apesar do aumento vertiginoso nos casos de coronavírus na capital paraense, a medida editada pelo prefeito tucano não deixa de ser uma estratégia política eleitoreira, que poderá ser descartada após o processo eleitoral.
A medida vale para todas as turmas, menos para o terceiro ano do ensino médio. As aulas presenciais da rede estadual só serão retomadas em 2021, segundo anunciado, nesta mesma semana, pelo governador Helder Barbalho (MDB) do estado do Pará. Os municípios de Ananindeua e de Marituba também suspenderam as aulas presenciais na rede municipal.
Segundos os dados do Ministério da Saúde, nas últimas 2 semanas, a média móvel de novos casos dos últimos 14 dias, em Belém, mais que dobrou. Passando, do dia 14 de outubro, de uma média móvel de 122 casos diários para uma média móvel de 315 casos diários no dia 29 de outubro.
Um levantamento realizado pelo Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Pará (Sintepp) apontou 42 escolas com casos confirmados de COVID-19 na capital Belém. A prefeitura de Belém até então não havia reconhecido este levantamento. Os professores estavam organizando manifestações caso a prefeitura não decretasse o fechamento das escolas.
A reabertura das escolas no Amazonas e Pará demonstraram a completa farsa dos protocolos de segurança, levando ao descontrole total da disseminação do coronavírus. Medidas como essa editada em pleno período eleitoral, tem um duplo efeito: servem como pauta positiva para a legenda do prefeito, ao mesmo tempo em que servem para desmobilizar o movimento de resistência à precarização do ensino público e ao genocídio da população pobre, que são os mais atingidos pela pandemia. Por isso, os estudantes e toda a comunidade escolar devem se mobilizar para impedir qualquer reabertura antes do término da pandemia.