Greve dos rodoviários

Condutores no Espírito Santo em greve contra atraso nos salários

Contra novo ataque da burguesia, trabalhadores do transporte publico capixaba se mobilizam pela quarta vez neste ano

Em Vitória, capital do Espírito Santo, foi deflagrada no dia 22 de setembro nova greve dos rodoviários na empresa Viação Tabuazeiro, sendo a quarta mobilização desses trabalhadores apenas neste ano. As reivindicações da categoria são pelo pagamento de salários, de tíquete-alimentação e de adiantamento. 

De acordo com um dos motoristas grevistas, o pagamento do salário deveria ter sido realizado no quinto dia útil, dois adiantamentos estão atrasados e o fundo de garantia esta com atraso de cinco anos, deixando a situação insustentável para os trabalhadores da empresa, que já estão mergulhados em dívidas.

O fato desta já ser a quarta greve dos rodoviários na capital capixaba apenas no ano de 2020, ainda que, por enquanto, envolvendo somente uma empresa, demonstra o nível de crise entre os capitalistas proprietários das empresas de transporte urbano e os trabalhadores das mesmas.

A burguesia que controla este setor, representada pelo Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Espírito Santo (Setpes), está disposta a aprofundar a retirada de direitos dos rodoviários sem fazer concessões, como vem sendo mostrado pela falta de pagamentos aos empregados da viação, feita em paralelo a uma campanha do empresariado do setor para receber mais dinheiro da prefeitura de Vitória. Essa política vampiresca da burguesia com a classe proletária se agrava por conta da pandemia do coronavírus, visto que o isolamento social, necessário pro combate à doença, vem trazendo enormes prejuízos financeiros para os capitalistas. Objetivando recuperar os lucros perdidos com o fechamento de vários estabelecimentos comerciais, os capitalistas exploram ainda mais os trabalhadores, responsabilizando-os  pela perda de dinheiro de suas empresas. 

Corretamente, os rodoviários não se entregam a passividade e vão para o embate contra seus exploradores, situação esta que vem se repetindo em vários outras cidades do Brasil, como vimos recentemente em Juiz de Fora (MG) e em Brasília (DF). Uma observação interessante na mobilização dos proletários da Viação Tabuazeiro é o fato do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários no Estado do Espírito Santo (Sindirodoviários), representante da categoria, não ter tomado conhecimento da manifestação. Isto indica uma tendência a mobilização partindo dos próprios trabalhadores, agindo independentemente da posição da direção sindical.

Greves no transporte público e reclamações por parte de usuários sobre a péssima qualidade do serviço ofertado existem de sobra no país, mostrando o problema que é a privatização deste setor. A suposta eficiência da iniciativa privada em administrar o transporte urbano é, na realidade, colocar os rodoviários para trabalhar por longas horas, de preferência, sem salário e benefícios, enquanto os usuários aguardam nas paradas, durante horas, ônibus em mal estado, tratados como sardinhas enlatadas em coletivos lotados e pagando uma tarifa alta que hipoteticamente melhoraria a qualidade do serviço.

É tempo dos rodoviários em todo o Brasil se levantarem contra a exploração que sofrem, ocupando garagens e terminais de ônibus e metrô e, juntamente as demais categorias de trabalhadores e aos estudantes, lutarem pela estatização, sob controle dos trabalhadores, e gratuidade do transporte público. A mobilização, todavia, não pode ficar isolada, devendo portanto se somar a luta pelo fora Bolsonaro e todos os golpistas.

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