Está em desenvolvimento no país mais uma tentativa no sentido de emplacar uma descomunal fraude contra a vontade popular. A burguesia e os setores golpistas, reacionários e direitistas, que há muito já vêm demonstrando uma enorme dificuldade em iludir e enganar os trabalhadores está arquitetando para colocar em marcha mais um golpe eleitoral, desta vez para tentar eleger um fiel representante dos capitalistas, no processo que irá ocorrer em 2022, cujo ensaio geral ocorrerá agora mesmo em 2020, com a realização das eleições municipais, que, em linhas gerais, antecipa e se constitui numa espécie de prévia da sucessão presidencial.
A manobra é clara e escancarada e não há nem mesmo qualquer disfarce, pois a tramóia engendrada pelos setores direitistas é uma cópia fajuta do mesmo golpe que foi levado adiante em 2018, quando a direita nacional fez uso de todos os instrumentos ilegais, arbitrários e inconstitucionais – sob as bençãos da justiça golpista – para aleijar do pleito eleitoral o candidato popular mais importante do país, que liderava todas as pesquisas de intenção de voto para a eleição à presidência.
A cassação dos direitos democráticos do ex-presidente Lula e sua posterior prisão, como desdobramento dos processos fraudulentos e ilegais da operação golpista Lava-Jato, comanda pelo FBI norte-americano, cumpriu exatamente o propósito de pavimentar o caminho para a vitória fraudulenta da candidatura de extrema direita, fascista, representada por Jair Bolsonaro, apoiada por todos os setores mais reacionários e obscurantistas do país.
Desta forma, a pesquisa divulgada por órgãos da imprensa burguesa, colocando o presidente genocida; o presidente das 100 mil mortes e dos 3 milhões de infectados; o mandatário dos maiores índices de desemprego e miséria nacional como o primeiro colocado na corrida presidencial de 2022, vai no sentido de pressionar a esquerda a se engatar ainda mais no “trenzinho” da frente ampla, operação engendrada para limpar a ficha dos golpistas e neutralizar a ação política independente da esquerda e dos setores populares, obrigando estes a apoiar uma alternativa “viável”.
O golpe está em marcha e o golpe está sendo armado contra a esquerda, contra Lula e a população pobre e explorada do país. Para desbaratar o conluio da direita é necessário levar adiante a luta pelo Fora Bolsonaro. Faz-se necessário impulsionar a mobilização como método de luta para impor uma derrota não só ao presidente genocida, mas ao conjunto do regime burguês de exploração e miséria, apoiado pelo grande capital, os generais golpistas e o imperialismo.