Com a retração produção industrial em 2019, de 1,1%, divulgada pelo Governo esta semana, as expectativas se tornam cada vez mais pessimistas a respeito de uma retomada no crescimento. A queda foi maior do que as próprias projeções de agências financeiras como a Bloomberg, que esperava apenas -0,8%.
Segundo o IEDI (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial), o problema não é localizado, mas generalizado, tendo-se identificado que mais da metade dos setores industriais pesquisados pelo IBGE tiveram perdas.
Já se vão 10 anos sem que a indústria nacional experimente um verdadeiro ciclo de alta. A burguesia não está investindo em infraestrutura industrial, fábricas ou máquinas, dada a falta de perspectivas positivas. “Analistas” da burguesia torcem para uma retomada, a partir do segundo semestre, quando a indústria extrativa deve “se recuperar da tragédia em Brumadinho.”
Mas, para começo de conversa, nada afasta a possibilidade de novos acidentes, seja com a mineração, seja em outros setores ambientais (desmatamentos… manchas de óleo…). Não há expectativas de retomada na economia mundial, da qual o Brasil é muito dependente. Bolsonaro já fez movimentos que atrapalham as relações diplomáticas com a China, o Oriente Médio e a Argentina, três dos seus principais parceiros comerciais. Sem contar a crise política e social, que encaminha o Brasil e a América Latina para cenários de ditadura militar e guerra civil.
Esta situação é resultante da situação mundial e, também, do comprometimento dos golpistas e bolsonaristas em colocar o Brasil numa situação subalterna. É preciso derrubar Bolsonaro e os golpistas, tomando o poder estatal, para tornar o país independente, autônomo, em relação à dominação imperialista.