No último sábado (1º), o novo partido de Jair Bolsonaro, o Aliança pelo Brasil, promoveu seu segundo evento no estado de Pernambuco. Dessa vez, o grupo de extrema-direita se reuniu no Centro de Convenções, situado na divisa entre Olinda e Recife, e saiu com ar de triunfo após ter recolhido mais de 3 mil assinaturas de apoiamento. Até o momento, o Aliança pelo Brasil ainda não foi homologado, de sorte que ainda não pode contar, oficialmente, com filiados.
A quantidade expressiva de assinaturas revela que, muito diferentemente do que é difundido pelos ideólogos da esquerda pequeno-burguesa, os fascistas não são “meia dúzia de gatos pingados”. Ao mesmo tempo em que os representantes tradicionais da burguesia estão se tornando cada vez mais desmoralizados e desprezados pelo conjunto da população, a extrema-direita vai avançando a passos largos por meio de sua demagogia.
Se o Partido Social Liberal (PSL), que abrigara Bolsonaro para sua candidatura nas eleições de 2018, poderia ser acusado de ser uma agremiação extremamente heterogênea, disputado por setores com vários interesses distintos e presidido por um típico carreirista burguês como Luciano Bivar, o Aliança pelo Brasil já não corre o risco de ser mal-interpretado. É, sem qualquer sombra de dúvida, um partido de extrema-direita “puro-sangue” e que, a depender das condições, poderá assumir o papel de uma organização verdadeiramente fascista.
Os apoiadores do novo partido também não deixam ninguém se enganar. O partido é, antes de qualquer programa ou estatuto, “o partido do Bolsonaro”, o partido que promete transformar em prática todas as ameaças diárias que o presidente ilegítimo dispara contra a população. O número da legenda é o 38 — em alusão ao revólver de calibre 38 — e balas e armas fazem parte de todo o conteúdo gráfico da agremiação. O recado é claro: “inimigos da extrema-direita, iremos matar vocês!”.
Se o evento do Aliança pelo Brasil em Pernambuco serve de alerta para demonstrar que a extrema-direita está avançando, é preciso, por outro lado, levar em consideração que o poder da extrema-direta fascista sempre foi e sempre será infinitamente inferior ao do movimento operário organizado. Por isso, é preciso, urgentemente, organizar uma reação que freie o avanço dos fascistas no regime político. E isso não se dá por meio de frentes eleitorais, demagogia parlamentar ou de fuga para a Europa…
A extrema-direita deve ser enfrentada nas ruas, por todos os meios que se faça necessários, inclusive por meio da violência. Se é com bala que os bolsonaristas nos esperam, podem ter a certeza que com bala serão recebidos.