O O Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Pará (Sintepp) aponta que, até o momento, são 42 escolas públicas com casos confirmados de coronavírus no Estado do Pará. Outras duas confirmações estão à espera, o que vai elevar a cifra para 44. O número alarmante de casos é uma justificativa para a suspensão imediata do retorno às aulas presenciais. O sindicato informa que se até o dia 3 de novembro não houver uma definição oficial quanto à suspensão, uma greve sanitária será deflagrada.
Somente a capital Belém mantém as aulas em regime presencial no Pará, conforme esclarece Miriam Sodré, secretária geral do Sintepp-Belém. A rede estadual já suspendeu as aulas e outras escolas da Grande Belém também. Foi entregue um levantamento das escolas municipais com casos confirmados de COVID-19 ao Ministério Público do Pará (MPPA). Há uma ação tramitando no Tribunal de Justiça do Estado do Pará (TJPA), que pode dar parecer até o dia 3.
Estavam previstos protestos na capital Belém para esta quinta-feira (29). Contudo, a categoria dos professores resolveu esperar até a possível definição do dia 3, data onde será celebrada uma assembleia dos professores da rede municipal da capital. Miriam Sodré explica que “não temos mais como segurar essa situação. E a Prefeitura de Belém não abre diálogo com a gente”. As prefeituras de Ananindeua e Marituba se decidiram pela suspensão das aulas por questão de segurança.
A Prefeitura de Belém, sob administração de Zenaldo Rodrigues Coutinho Júnior (PSDB), não reconhece o levantamento feito pelo Sintepp e afirma que está monitorando a situação do coronavírus nas escolas.
As aulas foram retomadas na capital paraense no mês de setembro. Uma propaganda foi feita pela imprensa capitalista no sentido de que os protocolos de segurança garantiriam que as escolas não seriam vetores de contaminação pelo coronavírus. Os casos das reaberturas do Amazonas e Pará demonstram o contrário. Isto é, os protocolos são uma completa farsa, elaborados para tentar convencer os pais a arriscar a vida de seus filhos no momento em que a pandemia está fora de controle.
É preciso mobilizar os professores, estudantes, funcionários e pais e mães contra o retorno das aulas presenciais. Trata-se de uma exposição ao contágio com elevado risco de morte. Os governos burgueses atendem às pressões da burguesia, que buscam preservar seus negócios e lucros e não têm qualquer preocupação com a vida da população.
O governo tucano de Belém expõe deliberada e conscientemente a juventude, professores, funcionários e seus familiares à contaminação pelo COVID, que já matou mais de 150 mil e infectou acima de 5 milhões de pessoas só no Brasil.