As distribuidoras de energia elétrica, através de sua organização a ABRADEE (Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica) estão pressionando o governo através da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) para reajustar o preço da energia elétrica distribuída. Alegam que com a pandemia o consumo caiu, a compra de energia a ser distribuída é estabelecida em contrato sem poder rebaixar a quantidade comprada, a inadimplência mais que dobrou.
As empresas alegam que para reequilibrar o caixa serão necessários entre 5,5 e 6 bilhões de reais, que expressam os 3% de aumento que estão solicitando. O presidente da Abradee diz que os reajustes podem ser aplicados nos reajustes anuais e não em reajustes extraordinários, e que acredita que tudo estará resolvido até o início de 2021.
Ainda diz que um decreto e uma medida provisória do presidente Bolsonaro possibilitam a reavaliação do equilíbrio do contrato de concessão toda vez que um evento imprevisível ocorrer.
Um especialista da UFRJ diz que repassar as perdas para a tarifa é transferir as perdas para as famílias e pequenas empresas, quando a maior redução do consumo ocorreu entre os grandes consumidores como as indústrias, em razão da paralisação da atividade econômica. E tudo isso faz parte dos riscos de mercado. É um risco do negócio. A Aneel diz que ainda não recebeu nenhum pedido oficial por parte das distribuidoras. Essa é a síntese da matéria do jornal O Globo.
Em julho deste ano a tarifa teve aumento de 7,83% para consumidores urbanos residenciais e 1,79% para os grandes consumidores, como as indústrias. Os consumidores residenciais financiam o consumo dos grandes consumidores que possuem mais renda. E ainda temos a bandeira vermelha que é acionada a todo o momento e que significa conta mais cara ainda.
Ao longo de décadas a população sofre com falta de energia, quando tem ela é muito cara, e tudo isso por falta de investimentos e modernização do sistema. O governo não investe, por pagar mais juros aos bancos, e com isso prejudica a população.
As tarifas favorecem as grandes empresas que pagam menor tarifa que a população e pequenos comércios. Aí o estado vai e privatiza com a alegação que vai melhorar os serviços e baratear o consumo. Pura demagogia, basta ver todos os serviços que eram prestados por estatais e hoje estão privatizados. Tudo piorou e ficou ainda mais caro, como exemplo a telefonia fixa e celular, a CSN, Vale que causou já vários problemas ambientais e morte da população afetada e que ainda não foram indenizados pelos prejuízos materiais e humanos.
Também tivemos o recente apagão no Amapá, cuja distribuidora já havia sido privatizada e causou o incêndio na distribuidora por falta de manutenção no sistema, deixando o estado sem fornecimento onde nem mesmo o abastecimento de combustível era possível pois as bombas precisam de energia, também a internet não funcionou. Imaginem o tamanho do problema para os moradores.
A política do governo é clara, entregar todo o patrimônio nacional do povo para o capital estrangeiro imperialista enquanto aumentam o valor do pagamento da dívida e dos juros, deixando os bancos cada vez mais ricos, enquanto a população trabalhadora paga as contas e perdem o pouco que tinham de benefícios. E ainda as empresas querem operar sem riscos e para isso impõem ao estado socorro para evitar que venham a quebrar.
É preciso que a classe trabalhadora se organize em conselhos populares nos bairros, nas empresas e escolas para organizarem a luta por melhores condições de vida, caso contrário a morte é certa, por fome ou por vírus. Também a pandemia não foi enfrentada pelo estado que preferiu usar o dinheiro para pagar aos bancos deixando a população sem atendimento médico.