A venal imprensa Globo, entre outras, anunciou no dia de ontem (01) que os ônibus da capital do Rio de Janeiro voltaram a circular, e anunciam a “revolta” dos patrões como se fosse a população que estivesse reclamando dos trabalhadores, que conseguiram o 13º salário. Falta ainda o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (GTS) dos rodoviários.
Os rodoviários que no último domingo (29) decretaram a greve, que começou na madrugada e foi interrompida às 11h00 pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) que, além de ser responsável pelas eleições do país, fez o papel de Tribunal Regional do Trabalho (TRT). Logo na segunda-feira (30), os trabalhadores retomaram a greve, a qual durou todo o dia e também paralisou toda a capital carioca, sendo encerrado o movimento paredista somente na madrugada de ontem (01).
No artigo do G1 Rio de Janeiro é dito que os três corredores, Transoeste, Transcarioca e Transolímpica — funcionam nesta manhã; passageiros encontram ônibus lotados em várias estações. Na segunda, paralisação causou um nó no trânsito, com mais de 130 km de engarrafamento.
Os patrões foram colocados na parede, devido ao movimento dos rodoviários estar muito forte por conta da união da categoria, que estava disposta a ir além, caso não fossem atendidas as reivindicações legais, que os donos estavam passando por cima. O 13º salário foi instituído pela Lei 4.090/62 e pela Lei 4.749/65, regulamentado pelo Decreto 57.155/65, as quais dispõem que o pagamento deve ser feito em duas parcelas.
No entanto, os patrões, melhor dizendo, os exploradores do transporte público, o qual não é mercadoria e, desta forma tem que ser gratuito e de qualidade, disseram cinicamente, “que a medida visa, única e exclusivamente, atender às necessidades dos usuários que dependem do BRT para deslocamento diário”.
Os caloteiros do dizem ainda que o BRT rechaça qualquer acordo com os motoristas que instalaram ilegalmente a greve, os quais atuaram de forma irresponsável na paralisação de um serviço essencial para a população. (G1 – 01/12/2020)
Por outro lado, o presidente do Sindicato dos Rodoviários do Rio de Janeiro, Sebastião José, afirmou que as empresas de ônibus já haviam sido avisadas sobre a possibilidade de paralisações no BRT caso o atraso no pagamento do 13º salário de motoristas e cobradores ocorresse. Há dois meses atrás, comunicamos aos consórcios de que, caso o repasse não fosse pago na data determinada, isso poderia acontecer.
É preciso reestatizar os transportes, uma vez que é um serviço destinado ao público que já paga imposto e também não é mercadoria, no entanto criaram os exploradores da iniciativa privada, onde o conjunto acaba pagando sobretaxa, ou seja, paga duas vezes pelo que é seu de direito e, ainda, como ocorreu no domingo esses sanguessugas reclamam de que foi congelado o preço da passagem, quando não deveria ser cobrado nenhum centavo por um serviço de utilidade pública que deve ser gratuito e de qualidade.