O coordenador nacional do Movimento dos Trabalhadores Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) Guilherme Boulos, hoje filiado ao PSOL, publicou, em seu perfil no Instagram, uma imagem em que o ministro Abraham Weintraub, que comanda o Ministério da Educação, aparece como um funcionário de um governo a serviço da destruição do país. Em primeiro plano, aparece o presidente ilegítimo Jair Bolsonaro, sob a batuta de quem Weintraub vem aplicando uma política de ataque à Educação. Logo abaixo da imagem, Boulos escreveu: “fora Weintraub!”.
![](https://www.causaoperaria.org.br/wp-content/uploads/2020/02/bolsobolous.png)
A palavra de ordem publicada por Boulos, embora aparente se colocar de maneira contrária ao governo Bolsonaro, está em total contradição com o que aparece na imagem. Weintraub é, conforme corretamente apontado na ilustração, nada mais que um ministro, um subalterno do fascista Jair Bolsonaro. Nesse sentido, a maior ameaça para o país não é Weintraub, e sim o presidente ilegítimo Jair Bolsonaro.
Bolsonaro subiu ao poder no início de 2019, logo após sair vitorioso de uma das eleições mais fraudulentas da história. A direita impediu que o maior líder popular do país se candidatasse e instaurou um clima de terror nas ruas, de modo que conseguiu impor goela abaixo da população um presidente de extrema-direita e completamente submisso aos interesses do imperialismo. Nesse sentido, não há qualquer dúvida que, nesse sentido, Bolsonaro é um elemento muito mais nocivo para o povo brasileiro do que seus ministros.
A única política viável para impedir que a extrema-direita avance seria, portanto, uma política que tivesse como fim a derrubada do governo Bolsonaro — a política do Fora Bolsonaro. Se Boulos se recusa a exigir a derrubada do governo e sai em defesa da saída de seu ministro (como fazem, inclusive, setores da direita como o MBL), o psolista está, inevitavelmente, se colocando a favor da permanência de Bolsonaro no poder.
Não é à toa que Boulos pede a queda de Weintraub e não a queda de Bolsonaro. Ao longo de todo o ano de um dos governos mais violentos e mais instáveis que o Brasil testemunhou no último período, a maior parte das direções da esquerda nacional se recusou a pedir a derrubada do governo. Isso, por sua vez, é resultado de uma incompreensão completa da situação política.
Embora o governo Bolsonaro esteja sofrendo sucessivas crises, ele ainda é uma grande ameaça à população. Afinal, se a burguesia encontrar uma forma de solucionar suas contradições, ela partirá para uma nova ofensiva contra a população ainda mais dura e com características abertamente fascistas. Nesse sentido, o cálculo de que Bolsonaro irá cair “de podre” ou de que sua impopularidade levará a uma derrota eleitoral em 2022 é uma política desastrosa para toda a esquerda.
É preciso, portanto, desmascarar imediatamente essa política reacionária. É preciso, em oposição à política do “fica Bolsonaro”, levar adiante uma política que impulsione a mobilização dos trabalhadores contra o governo Bolsonaro.