No dia 27 de junho, a imprensa golpista Folha de São de Paulo que apoiou a ditadura militar de 1964, lançou uma campanha publicitária em “defesa da democracia” que irá contar contar com editoriais especiais, curso gratuito sobre a ditadura e um pequeno vídeo que será exibido nos intervalos do Jornal Nacional, na TV Globo que é abertamente fascista. Além disso, terá acrescentada embaixo do cabeçalho do jornal a frase “#UseAmarelo pela democracia” que foi inspirada e aderida segundo o próprio jornal pelo movimento “Direitos Já”.
O movimento “Direitos Já pela democracia”, nada mais é que uma frente ampla aliada com dezenas de golpistas de direita e extrema direita e tem por objetivo colocar o presidente fraudulento e ilegítimo Bolsonaro “na linha”. No lançamento da campanha “Direitos Já” estiveram presentes figuras que se dizem de esquerda como Boulos, Haddad, Flávio Dino, junto com o que à de pior na direita como Fernando Henrique Cardoso, Tasso Gereissati, Alkimin e por ai vai. Foram convidados Michel Temer, Sarney e Inclusive chegaram a cogitar a presença de Sérgio Moro.
O que podemos observar com essa farsa de frente amplíssima que vai desde partidos de esquerda pequenos burgueses junto com direita golpista, e agora ampliada também pela imprensa mais calhorda e anti democrática do país, é justamente barrar a polarização política que vem se acentuando no Brasil, na busca de uma saída para a crise política e econômica contra a população e em favor dos capitalistas. “Direitos Já” não tem o objetivo de derrubar o governo fascista de Bolsonaro, pois vários que participaram do movimento se declaram contra até mesmo o impeachment do golpista.
Segundo a Folha de S. Paulo ‘as cores Amarelo e Azul devem ser ressignificada e vem sendo adotadas por grupos com bandeiras pró-democracia nas ruas nas últimas semanas’. Vale lembrar que as duas cores são símbolos dos partidos da direita. E está sendo usados para ludibriar os incautos em nome de uma suposta “defesa da democracia”. Como o próprio jornal diz, a campanha já foi usada há 36 anos atrás com a seguinte frase “Use amarelo pelas diretas já”. “Diretas Já” é um acordo na década de 80 da esquerda com a burguesia que apoiava a ditadura militar. E foi uma verdadeira traição ao movimento operário que resultou em um governo odiado pela classe trabalhadora.
Nas últimas manifestações de rua o que se percebe é um verdadeiro descontentamento da população com o governo genocida de Bolsonaro. Por sua vez a imprensa golpista junto com partidos direitistas e de extrema direita, que são considerados os pais desse governo fraudulento, tenta mais uma vez se apropriar das mobilizações, retirando seu caráter de radicalização contra Bolsonaro. E estão utilizando novamente setores da esquerda que não tem relação nenhuma com a classe trabalhadora, muito menos com o povo marginalizado e periférico do país, que vem sentido na pele os efeitos da crise pandêmica e econômica.
A expressão mais acaba dessa farsa de frente ampla e “Direitos já” contra a população se apresenta em Guilherme Boulos (PSOL). Nos últimos atos de rua, ele tem feito de tudo para esvaziar o conteúdo político e combativo dos atos da esquerda. Esse cidadão que se autointitulou dono das mobilizações, tenta ressuscitar a política antidemocrática vista nas manifestações de 2013, do abaixa a bandeira. Foi através dessa atitude que abriu caminho para a direita golpista se apropriar do movimento e dar o golpe na presidenta legitimamente eleita Dilma Roussef.
O que vimos nos atos do ultimo final de semana é o avanço dessa política de capitulação que vem se submetendo uma parcela da “esquerda” junto com a direita encabeçados por Boulos de cercear o vermelho legitimo da classe operária e trabalhadora e as faixas pelo fora Bolsonaro. Em uma parte da manifestação em São Paulo ficou a esquerda vermelha legitima com suas bandeiras e faixas contra Bolsonaro. Do outro lado, infiltrados se utilizando de palavras de ordem que no fim das contas não significam nada e com faixas e até fumaça colorida verde e amarelo.