Conforme prometido, Bolsonaro não veio para construir nada. E isso também se revela no resultado industrial do primeiro ano de seu mandato, que acumulou baixa de 1,1%.
O setor com maior queda foi o extrativista, cujo declínio resulta em sucateamento, em tragédias como a de Brumadinho, e na política parasitária desesperada que inclui desmatamento e violência no campo. Também acumularam quedas a metalurgia, o setor de celulose e papel, e a manutenção de máquinas.
Apesar dos modestos crescimentos em 2017 e 2018, que a imprensa alardeava como “recuperação econômica”, a realidade do golpe é que o Brasil está longe disso. Apesar da liberação do saque do FGTS, numa tentativa demagógica de aumentar o consumo, e apesar do pernicioso golpe nos empregos com a “reforma” trabalhista, aumentando a exploração da mão-de-obra, o primeiro resultado econômico mostra que não havia “retomada de crescimento.” O golpe iniciou, pelo contrário, mais um ciclo de políticas de terra arrasada, onde se avança sobre as economias do trabalhador, se aprofunda a exploração da mão-de-obra, se sucateia a indústria nacional e vendem-se seus pedaços às grandes concorrentes estrangeiras.
O “mito” não pode sequer culpar o PT, já que ele herdou uma realidade que supostamente havia sido corrigida pelo governo interino golpista de Michel Temer. A imprensa não parou de alardear que em 2017/2018 haviam encerrado um “um período recessivo”. Agora se percebe a dura realidade. Se havia algum mito nessa estória toda, era o mito de que os golpistas, reacionários na política e neoliberais na economia, iriam dar algum rumo de desenvolvimento ao Brasil.
O declínio industrial também acarreta em perda da base de apoio do governo bolsonarista. Bolsonaro foi apoiado por uma parte significativa da burguesia e pequena-burguesia nacional, que termina o ano sem bons resultados. O momento se torna cada vez mais propício e urgente para lutar pela derrubada deste governo.