Segundo informações repassadas por pessoas ligadas ao governo da Venezuela, o governo Bolsonaro já haveria expressado seu interesse em fechar todos os postos diplomáticos do Brasil no país caribenho. Na última terça-feira (4), conforme publicado pelo Diário Oficial da União (D.O.U), o ministro das Relações Exteriores Ernesto Araújo, notório bolsonarista e inimigo dos governos nacionalistas da América Latina, removeu ao menos quatro pessoas que exerciam alguma função diplomática:
- Elza Moreira Marcelino de Castro, ministra de primeira classe do Quadro Especial da carreira de Diplomata do Ministério das Relações Exteriores, do consulado-geral do Brasil em Caracas para a Secretaria de Estado.
- Francisco Chaves do Nascimento Filho, conselheiro do Quadro Especial da carreira de Diplomata do Ministério das Relações Exteriores, do consulado do Brasil em Ciudad Guayana para a Secretaria de Estado.
- Carlos Leopoldo Gonçalves de Oliveira, conselheiro da carreira de Diplomata do Ministério das Relações Exteriores, da embaixada do Brasil em Caracas para a Secretaria de Estado.
- Rodolfo Braga, conselheiro da carreira de Diplomata do Ministério das Relações Exteriores, da embaixada do Brasil em Caracas para a Secretaria de Estado.
Com as portarias do Ministério das Relações Exteriores, as ameaças do governo Bolsonaro de extinguir os postos diplomáticos se tornaram ainda mais concretas. No entanto, essa não foi a única movimentação do governo de extrema-direita em direção ao boicote ao país vizinho. No fim da tarde de ontem (5), próximo ao fechamento desta edição, o jornal golpista Folha de S. Paulo, representante dos interesses da burguesia que sustenta o governo Bolsonaro, publicou uma matéria afirmando que Bolsonaro iria tomar medidas efetivas contra o governo Maduro. Segundo a matéria, os representantes do governo venezuelano devem deixar o país em um prazo determinado e os representantes diplomáticos brasileiros serão retirados da Venezuela.
Se isso for consolidado, será um dos gestos mais significativos do governo Bolsonaro contra o governo venezuelano. Embora Bolsonaro e seu chanceler Ernesto Araújo sejam verdadeiros capachos do governo norte-americano, o Brasil ainda não havia rompido completamente suas relações com a Venezuela, devido às diversas relações que a burguesia de ambos países são obrigadas a ter, visto o atraso econômico do Brasil e da Venezuela e a posição geográfica em que se encontram.
A movimentação do governo Bolsonaro mostra, mais uma vez, que o governo brasileiro é inimigo de todos os governos nacionalistas da América Latina e, portanto, um verdadeiro capacho do imperialismo — o que leva, obrigatoriamente, à conclusão de que é um governo inimigo do povo brasileiro e de todos os oprimidos. É preciso, diante disso, denunciar o servilismo do governo Bolsonaro, seu golpismo e até mesmo sua irresponsabilidade para com os brasileiros, uma vez que poderá colocar o país em um confronto que só causará prejuízo aos trabalhadores.





