Desde o início da pandemia do coronavírus, cerca de 620 mil empregos foram eliminados no setor de aviação no Brasil. Com a queda no número de viagens, as estimativas divulgadas pela Associação Internacional do Transporte Aéreo (IATA, sigla em inglês) são de perdas da ordem de 157 bilhões de dólares entre 2020 e 2021.
Nos últimos três meses do corrente ano, as demissões aumentaram em 30%. As perdas são 60% maior do que quando foram projetadas no mês de junho e cinco vezes maior do que as perdas acumuladas quando da deflagração da crise mundial de 2008-2009. As empresas de aviação dizem que a flexibilização das restrições a viagens, com aplicação de testes e vacinas, podem contribuir para retomar a atividade no setor.
Os capitalistas procuram descarregar o custo da crise nas costas dos trabalhadores. Em meio à pandemia, centenas de milhares de trabalhadores estão sendo lançados às ruas, sem qualquer perspectiva de conseguir outro emprego. Com a queda na atividade econômica, não estão ocorrendo contratações. É visível o crescimento do desemprego e o aprofundamento da miséria no país.
A população não acredita nas mentiras de Paulo Guedes e dos bancos, que dizem na impresa burguesa que a economia vai crescer e que o fim dos direitos, privatizações e desregulamentações são estímulos à atividade econômica.
O governo Jair Bolsonaro (ex-PSL, sem partido) se aproveitou da pandemia para avançar na retirada de direitos da classe trabalhadora. Foram aprovadas a redução de salários e de jornada. Inclusive, o governo e o Congresso facilitaram as demissões, ao invés de proibi-las.
É preciso destacar que somente a mobilização independente dos trabalhadores e das suas organizações sindicais e políticas pode impedir as demissões e garantir o sustento dos trabalhadores e suas famílias. Não se pode cultivar crenças nas instituições do Estado burguês, como a Justiça do Trabalho, Ministério Público do Trabalho, Tribunal Superior do Trabalho. Os patrões simplesmente demitem milhares de trabalhadores e estas instituições não tomam nenhuma medida para impedir que isto aconteça.
A única garantia do atendimento dos interesses dos trabalhadores é sua organização e mobilização. As demissões devem ser proibidas, um amplo programa de auxílio à população deve ser implementado e o direito ao emprego deve ser garantido.