Dirigentes do Partido da Causa Operaria (PCO) e coordenadores dos Comitês de Luta de todas as regiões do País realizaram, no dia de ontem (15) um balanço nos quais essas organizações estiveram envolvidas no Brasil e no exterior, pelo terceiro final de semana consecutivo, depois que a política de ocupar as ruas por elas defendidas há muito tempo, ganhou Forças junto a setores populares como setores das torcidas de futebol e organizações populares, bem como o apoio de setores de base dos partidos de esquerda, destacadamente do PT.
O balanço apontou a realização de mais de 30 atos pelo País afora e oito manifestações em países da Europa, Ásia e América do Norte, em favor do Fora Bolsonaro.
Cerca de 10 mil pessoas participaram desatas manifestações e o PCO e os Comitês de Luta mobilizaram mais de mil pessoas. A redução em relação à semana anterior deveu a uma aberta campanha de sabotagem de setores da esquerda ligas à frente ampla (com partidos da direita) que – desesperados com o crescimento da mobilização no final de semana anterior – resolveram sabotar abertamente a mobilização.
A sabotagem iniciou-se no sábado, data aprovada pela Plenária das Frente Brasil Popular e Frente Povo Sem Medo, como dia nacional de luta pelo Fora Bolsonaro. Nesta data, além de um ato nacional virtual, ficou estabelecido que – onde fosse possível – seriam realizados atos de rua e outras atividades de mobilização. No entanto, a maioria da direção das frentes, dedicou-se – se é possível dizer que houve alguma dedicação – à realização apenas de uma live, nem mesmo foi um ato, com exposições de “personalidades” da esquerda, a maioria das quais sem qualquer identificação com a mobilização que vem ocorrendo nas ruas.
A quase totalidade dos atos no mundo real, nas ruas, foram convocadas pelo PCO e pelos Comitês e por setores minoritários da esquerda, em uma ação de clara sabotagem da mobilização por setores mais direitistas da esquerda, defensores da frente ampla, ou seja, da aliança com setores da burguesia golpista que, justamente, não querem nenhuma mobilização contra Bolsonaro e que, no máximo, procuram se passar por “oposição” ao governo para buscar impor algum controle no governo sobre o governo que eles ajudaram a eleger e ao qual emprestaram apoio a todas as suas iniciativas contra os trabalhadores, inclusive, na política genocida de deixar dezenas ou centenas de milhares de pessoas, enquanto se dedicam a “socorrer” os bancos e grandes monopólios capitalistas em meio ao agravamento da crise capitalista.
Na sabotagem desses setores houve de tudo. Desde o cancelamento de atos sob o pretexto de que poderia haver chuva (e não choveu!), como em Santa Catarina; a retirada de apoio ao ato, da parte de setores do PSOL e da UP (como em em Brasília), à convocação de uma carreata para o mesmo horário do ato (também no Planalto), que só se “confraternizou” com o ato pela intervenção direta da presidenta do PT, deputada Gleisi Hoffmann (contra a política de setores reacionário daquele partido e da CUT-DF, os mesmos que queriam entregar as sedes dos sindicatos para serem usadas pelo governo bolsonarista de Ibanez Rocha (MDB).
Em São Paulo, a política de estelionato, do dirigente do MST, Guilherme Boulos, de desconvidar o ato da Paulista (no dia 7/6) – convocando uma manifestação para vários quilômetros distante do centro e de, negociar um “acordo” com o governo fascista de Dória, sua PM e o Ministério Público, de “dividir” a Paulista com os atos fascistas, em sistema de rodízio, visivelmente “espantou” as torcidas que saíram às ruas, exatamente no final de semana em que o ex-candidato presidencial do PSOL divulgava manifesto, em conjunto com FHC, Luciano Huck e outros globais e organizadores do golpe de Estado de 2016 etc. contra a campanha Fora Bolsonaro.
A Central de Movimentos Populares, acertadamente, tomou a decisão de convocar o ato para a Avenida Paulista, neste domingo (14), mas ficou evidente que a operação de sabotagem fez seus estragos momentâneos, mesmo não tendo conseguir deter totalmente a tendência de mobilização.
A presença, mais uma vez nas ruas, com setores da esquerda e das organizações populares acuou a direita, cujos atos foram poucos (dois ou três) e minúsculos. Evidenciando que quando a esquerda se mobiliza, a direita corre. E forcou – inclusive – a que setores da própria direita (como o STF) adotassem medidas de ataque ao que consideram “excessos” de setores da extrema direita bolsonarista (determinando a prisão provisória de lideres dos “300 do Brasil”; ordenando o fechamento da Esplanada dos Ministérios no domingo), com o claro intuito de criar pretextos para uma possível repressão da esquerda.
O amplo acordo contra os atos e em favor de Bolsonaro, evidenciou-se também nessa segunda pelas declarações do “herói da retroescavadeira”, o senador Cid Gomes (PDT) que saiu “atirando” contra o impeachment, defendendo a permanência de Bolsonaro, repetindo o PSDB de FHC. Isso depois que seu irmão, Ciro Gomes, bem como Rodrigo Maia (DEM) já tinham condenado os atos em nome da pandemia. Os aliados de Boulos/PSOL, do PCdoB e da direita do PT na frente ampla não deixam duvidas de que lado estão. E não é do lado do povo que quer o fim do governo genocida de Bolsonaro.
Diante desse balanço o PCO e os Comitês de Luta resolveram intensificar a campanha de mobilização pelo Fora Bolsonaro, ampliando a convocação para novos atos no próximo domingo,, dia 21, em todas as Capitais e também no exterior; ficando decidido também buscar as torcidas, organizações populares e todos as partidos dispostos a participar dessa mobilização, a não deixar as ruas para a direita, a ampliar a luta necessária para derrubar Bolsonaro e todos golpistas.