Neste domingo (31), ocorreram manifestações convocadas para se oporem aos atos bolsonaristas por todo o país.
São Paulo
Na cidade de São Paulo, por volta do meio dia desse domingo (31), manifestantes – na maioria ligados às torcidas organizadas do Corinthians, Palmeiras e Santos – decidiram bloquear o avanço dos seguidores de Bolsonaro e dispersar a manifestação convocada por eles em frente ao edifício da FIESP, na Av. Paulista, pela reabertura do comércio em meio à pandemia.
Conseguiram dispersar os fascistas com rojões e palavras de ordem, avançando em um grupo compacto de cerca de 100 pessoas. A Polícia Militar reagiu montando um cordão de isolamento para separar esquerda, agrupada no vão do MASP, e direita, em frente ao prédio da FIESP.
Os coxinhas se reagruparam na FIESP, sob a cobertura policial. Os torcedores foram para cima novamente. A Polícia Militar montou um cordão triplo de proteção e, menos de uma hora depois, avançou contra os manifestantes de esquerda que furaram o bloqueio. E o fez porque tinha de oferecer cobertura para que os fascistas se retirassem da avenida. Diferentemente do que já aconteceu no passado, o uso da força contra os manifestantes de esquerda foi moderado. O temor de que a polícia fosse também escorraçada pesou na tomada de posição do comando das tropas.
O confronto se estendeu durante a tarde. A polícia e a imprensa disfarçaram a importância do acontecimento procurando, em vão, um responsável pelo atrito. Procurando saber quem teria começado, ocultaram o fundamental: os fascistas-bolsonaristas não resistiram à força organizada do povo trabalhador e, mais uma vez, se esconderam detrás dos policiais; a polícia não tinha condições de bater-se de frente com os torcedores – poderia levar a pior; os manifestantes-torcedores tomaram a iniciativa e mostraram o caminho: é preciso não só enfrentar, mas expulsar a extrema-direita das ruas. Assim o fizeram.
Rio de Janeiro
Na capital do Rio de Janeiro, torcidas antifascistas do Flamengo e do Vasco da Gama também realizaram ato contra o ato dos bolsonaristas, que também foram protegidos pela Polícia Militar. Não foi diferente, a PM reprimiu a esquerda para permitir a sobrevivência do ato bolsonarista, que sem o aparato de repressão teria que medir força com as organizadas e seria completamente dispersado.
Curitiba
No Paraná, em Curitiba, torcidas organizadas antifascistas do Athletico, do Coritiba e do Paraná Clube, junto com o Partido da Causa Operária, os Comitês de Luta e os Conselhos Populares, fizeram um bloqueio contra a carreata bolsonarista, que passaria pela rotatório do Centro Cívico, mas teve que ser encerrada no meio do percurso, antes de completar seu trajeto e obviamente sob a escolta da Polícia.
Em todo o país
Atos como esses também ocorreram no Rio Grande do Sul, em Minas Gerais, no Mato Grosso e em vários outros Estados. Todos expressaram uma indignação da população contra a extrema-direita, a direita e o regime golpista em geral. Um repúdio à farsa da luta contra o vírus, dos governadores e prefeitos golpistas. Com essa ação desses setores combativos dos trabalhadores, a falácia de “todos contra o coronavírus” vem completamente abaixo.
Esses atos mostram a compreensão acabada de que a população está por sua própria conta e risco e que mobilizar não é uma opção, mas uma necessidade de sobreviver à política dos golpistas e à pandemia. É dessa forma que os atos se expressam em enfrentamentos com os bolsonaristas, que foram colocados para correr, bem como na orientação política majoritária nos atos, a de que é preciso lutar para derrubar Bolsonaro e todos os golpistas, nas ruas!
Portanto, os atos desse domingo, por todo país e pelo mundo, trazem à tona uma verdade elementar, a qual a burguesia utiliza todo seu aparato de propaganda e repressão para esconder. Uma verdade que a esquerda deixou de acreditar – cedeu para a direita completamente, sob a desculpa da pandemia de coronavírus – que é: a rua é do povo! Não é da burguesia, nem da direita.
Mais: uma verdade que só pode ser revelada por meio da mobilização! Que apesar de todas as dificuldades, do desemprego, da pandemia, da repressão, mostra que é o único caminho para enfrentar justamente essas e outras mazelas impostas pelos capitalistas ao conjunto da população.
É por isso que, tão claro como as viaturas ardendo em chamas nas ruas dos Estados Unidos da América, no Brasil o recado também está dado. A rua é do povo e dela não se deve sair até que todo o regime golpista, expresso no governo do fascista Bolsonaro e dos governadores, caia diante da mobilização popular.