Disputa por água, virou caso de polícia. Em média 34 boletins de ocorrência por dia, são abertos em delegacias do Brasil. Levantamento feito por diário paulista, encontrou 63 mil Boletins de Ocorrência (BOs) abertos em delegacias nos últimos cinco anos, por causa da briga pela água. Não bastasse os conflitos por terra, e as mortes no campo, somam-se as mortes também pelos conflitos e luta pela água.
Explodem os conflitos na disputa por água
As desavenças envolvem hidrelétricas, companhias de abastecimento, comunidades tradicionais, fazendas, pequenas propriedades e indústrias.
Há dez anos, eram apenas 30, as “zonas de tensão”, hoje , quase 10 vezes mais. Segundo relatórios da Agência Nacional de Águas (ANA), há 223 “zonas de tensão” permanente de disputas por água no Brasil. As áreas de tensão, praticamente em todos os estados. Amazonas, Bahia, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, São Paulo, Pará, Paraíba, Pernambuco e Tocantins, além do Distrito Federal.
Há entreveros inclusive entre os mais ricos estados do Brasil. São Paulo e Rio de Janeiro duelam pelas águas do Rio Paraíba do Sul. Até o Supremo Tribunal Federal (STF), foi chamado a mediar o conflito. Destruição das matas ciliares, canais clandestinos, nenhum controle do uso da água, proliferação de esgotos no leito do rio jogados, sem o devido tratamento. Descaso do poder público pelo importante rio que irriga todo o rico vale do Paraíba norte de São Paulo, e atravessa praticamente todo o Rio de Janeiro. Suas águas deságuam no mar, na altura de Campos, quase no estado do Espírito Santo. Tomou visibilidade nos noticiários, devido a polêmica, da crise atualmente, na cidade do Rio. Em dezembro, os cariocas foram surpreendidos com uma água de cor e odor diferentes nas torneiras.
Em São Paulo, o Sistema Cantareira, que abastece a região metropolitana, opera em alerta desde a grande crise de 2013 e 2014. No Espírito Santo e em Minas Gerais, os rejeitos das barragens da Vale, contaminaram a Bacia do Rio Doce e acirraram conflitos pelos afluentes ainda limpos.
As centenas de ações do Ministério Público Federal, o milhar de registros da Comissão Pastoral da Terra (CPT), duas centenas de casos levantados pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), são unânimes em acender o alerta.
A novidade agora, são os 63 mil BOs sobre conflitos por água por todo o Brasil nos últimos dez anos. Disputa por água virou caso de polícia. O alarme é unânime. Preocupa os órgãos e entidades todas, ligadas ao meio ambiente, com o alastramento dos confrontos, nos próximos dez anos, e a paralisia dos governos.
Disputas por água é feito, até à bala. Os 63 mil boletins de ocorrência nas delegacias, são a prova cabal.
Embora, ser o Brasil, o detentor da maior reserva de água doce do planeta, as 12 regiões hidrográficas brasileiras, como as bacias do São Francisco, do Paraná e do Amazonas , todas, registram o “boom” dos conflitos. Os rios hoje, são sugados três vezes mais do que há duas décadas.
O golpe está destruindo o país de todas as maneiras, privando o povo até mesmo da água, que é um recurso fundamental.