O ex-presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE) e atual secretário da representação do governo do Maranhão em Brasília, Ricardo Capelli, publicou um artigo neste sábado (23/05) intitulado O vídeo dos 30%: é pouco? onde apresenta e defende de maneira bem aberta a frente ampla com setores golpistas e contra a ideia da fragmentação da esquerda que vamos debater neste artigo.
O artigo diz que “O PT marchou afirmando que Moro não sabe o que são provas, desmoralizando a narrativa do ex-juiz sobre a reunião. Os companheiros buscam sua suspeição no STF e a anulação das condenações de Lula. Jogaram o jogo Lula 2022”. Em primeiro lugar o que isso quer dizer? Seria uma proposta para o PT deixasse de denunciar as falcatruas e perseguições de Sergio Moro contra a esquerda e, em especial Lula, e limpasse a barra de mais um golpista que sai do governo com divergências secundárias ou por ver que o barco de Bolsonaro está afundando. E mais ainda, rifasse a principal personalidade da esquerda brasileira como o ex-presidente Lula, amplamente rejeitado pela direita golpista arrependida batizada recentemente de “centrão” para esconder seu passado sujo.
Outro ponto do artigo de Capelli diz que “A fragmentação favorece o capitão. A ameaça autoritária acabará impondo uma concertação das oposições? Os sinais são preocupantes. Ciro e Lula já assinaram os termos de uma separação litigiosa”. Essa afirmação é um complemento da anterior porque defende abertamente a frente ampla e sugere abandonar o principal entrave da frente ampla com a direita que é Lula, que é intragável para a burguesia golpista, ou “centrão” ou “direita civilizada”, como Ciro Gomes ou Fernando Henrique Cardozo.
Em primeiro lugar nesse caso não poderia ser discutido como fragmentação da esquerda com o exemplo de Ciro Gomes, elemento da direita tradicional na política brasileira. Outro ponto é que a unidade proposta pela frente ampla requer a eliminação política do principal representante da esquerda nacional.
Essa proposta de frente ampla com uma candidatura única seria puramente eleitoral e visa as eleições em 2022, com isso deveríamos esperar para tirar Bolsonaro somente no fim de seu mandato. Ainda há o agravante de se apoiar em setores da direita deram o golpe e por divergências secundárias se afastaram de Bolsonaro, mas que a qualquer momento podem voltar a apoiar Bolsonaro como o centrão.
A crítica a essa posição deve ser feita porque não é uma frente para lutar, e sim para as eleições. É uma posição que visa não ir até a população e os trabalhadores para serem organizados e derrubar Bolsonaro.
Vivemos em um momento de risco do endurecimento do regime, da pandemia e da crise econômica. Os trabalhadores necessitam de uma frente de luta vá às ruas para enfrentar e derrotar a direita e o governo Bolsonaro.