Dentro da esquerda, os setores que defendem a frente ampla procuram apresentar tal política como a salvação para derrotar o bolsonarismo. Alguns admitem que seja um “mal menor” se juntar com os setores da direita golpista, desde que isso sirva para derrotar Bolsonaro.
Não pretendo entrar em todos os argumentos já bastante explorados neste jornal sobre os erros de se juntar com a direita. Apenas para não passar em branco, nunca é demais lembrar que: esses setores da direita, mais do que Bolsonaro, teviveram papel predominante no golpe de Estado de 2016; foi essa direita a responável pela prisão política de Lula; essa direita apoiou a eleição de Bolsonaro direta ou indiretamente; essa direita defende as política de destruição de direitos do povo que Bolsonaro coloca em prática.
Todo esse conjunto de argumentos deveriam ser mais do que suficiente para qualquer esquerdista passar léguas de distância de uma aliança com essa direita. Mas, quam conhece a esquerda pequeno-burguesa há alguns anos sabe que ela é especialista na enrolação do povo. Somos obrigados a ver, todos os dias, os autodenominados “grandes esquerdistas” do PCdoB, Marcelo Freixo e Guilherme Boulos do PSOL, Fernando Haddad do PT explicarem com mil argumentos falsos por que a esquerda e os movimentos populares deveriam aceitar um unidade com os piores inimigos do povo.
Falando o português mais claro, por que a esquerda deveria aceitar se unir com essa escória, esse lixo “humano” (não sabemos exatamente se tratar de humanos) cuja história está intimamente ligada aos pioires ataques contra o povo?
Aí entra a importância do chamado “movimento direitos já!”. Ao anunciar a sua plenária em “defesa da democracia”, fomos presenteados com figuras anunciando os confirmados para o evento.. Ali, todos juntos aparecemk Freixo, Sarney, Flávio Dino, Boulos, Reinaldo Azevedo, Michel Temer, luciano Huck da rede Globo e até mesmo o general Santos Cruz.
Uma imagem – ou várias imagens – vale mais do que mil palavras. E a frente ampla se apresenta, assim, com toda a sua verdadeira cara. Muito feia, por sinal.
Fica bem claro que o que se está preparando com essa frente é um golpe contra o povo. O único papel que pode ter a esquerda nesse movimento é o de reciclar a direita e servir para disfarsar a operação direitista. Quem o “direitos já” com aqueles que foram os principais responsáveis pela retirada de direitos do povo nos últimos anos.
A verdadeira face da frente ampla fica bem clara também com a defesa da imprensa golpista e os ataques dessa mesma imprensa contra Lula, que se recusa a participar da fraude. Também pudera, um dos alvos da operação é o próprio Lula, é fazer Lula e a esquerda se enquadrarem numa frente sem votos e impopular.
Quanto a Bolsonaro, a presença do general Santos Cruz deixa claro que o objetivo desse movimento e dessa frente ampla não é derrubar o presidente fascista. Mas isso também ficaria claro apenas pela presença do PSDB, DEM e PMDB, base de apoio de Bolsonaro.
No dia em que escrevia esta coluna, fazia uma encenação grotesca nos jornais dizendo que se Sérgio Moro entrasse, ele sairia. Um engana trouxa: alguém poderia explicar exatamente a diferença entre Moro e todos os lavajatistas presentes na frente ampla? Nenhuma.
A frente ampla mostrou outro traço de unidade entre a direita golpista e a esquerda pequeno-burguesa: o esforço para enganar o povo.