O fascismo não pode ser barrado pelas instituições, especialmente por aquelas que escancaradamente promoveram o Golpe de estado. Frente a brutalidade da Força Nacional no sul da Bahia, enviada por Bolsonaro há quase 20 dias para reforçar a investida fascista contra as organizações dos trabalhadores, o STF, nesta quinta-feira (17), determinou sua retirada até no máximo 48h. Entretanto, o poder mais conservador do País não tem interesse em lutar pela classe trabalhadora, sem um grande movimento das organizações da esquerda para expulsar os cães de elite do imperialismo, não será possível garantir a defesa e as reivindicações dos trabalhadores do campo.
A pedido do governo do Estado da Bahia, não dos trabalhadores que vivem no clima de terror nos municípios de Prado e Mucuri, Edson Fachin, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), prescreve que o Ministério da Justiça e Segurança Pública deve retirar todo o efetivo da Força Nacional de Segurança Pública em até 48 horas, como também determinou que a União se manifeste sobre possível audiência de conciliação. Vale ressaltar, que se tratam de elementos da elite da polícia militar e civil, os setores mais direitistas e violentos contra o povo selecionados para servir o governo federal. Por isso, foram encomendados pelo latifundiário e secretário de assuntos fundiários Luiz Antônio Nabhan Garcia para invadir os assentamentos da reforma agrária, bem como para combater abertamente o MST e outras organizações dos trabalhadores como associações e cooperativas.
O governo do estado da Bahia, em sua manifestação ao STF, afirmou não ter sido consultado pelo governo federal para o envio das tropas, o que só poderia ser feito através de solicitação do chefe do executivo no Estado. Utilizando-se, inclusive, da própria constituição, a qual é rasgada diariamente pelo próprio governo estadual, e que “não admite a intromissão de 1 ente da federação nas questões que sejam de competência do outro”. Fica claro que se trata de um reflexo da crise política instaurada no País. Por um lado, a direita busca colocar o Bolsonarismo na linha, e por outro, ele segue com o mesmo programa escancarando a política criminosa da direita.
Além de manter suas aparências pressionado pela mobilização popular, não existe nenhum outro interesse por parte do STF para tal decisão. Na realidade, trata-se de um manejo para que os trabalhadores continuem sendo esmagados sem sua mobilização. Nesse sentido, de nada adianta fazer acordos com o INCRA nas mãos de Bolsonaro, com os assassinos da Força Nacional, ou mesmo com o judiciário golpista. Todos tem como única interesse de perseguir e acabar com as organizações de luta dos trabalhadores, como é o caso das que organizam o assentamento Jaci Rocha e Rosa do Prado. Uma das medidas fascistas que escancaram isso é a retirada de todas as bandeiras do MST das áreas do assentamento e a perseguição de lideranças dos trabalhadores sem-terra, como representantes de associações, cooperativas, escolas e do próprio MST
A única forma de expulsar de uma vez por todas a Força Nacional e a ofensiva da extrema direita é com “um grande movimento entre as organizações da esquerda, sindicatos, indígenas, quilombolas e outros movimentos sociais para expulsar a Força Nacional. Manifestações, paralisações, trancamento de rodovias e novas ocupações para pressionar a saída da Força Nacional dos assentamentos e expulsar o elemento que permite a ofensiva da extrema direita que é o presidente fascista Jair Bolsonaro”, como apontou o companheiro Renato Farac, redator e colunista do Diário Causa Operária e membro do Comitê Central Nacional do Partido da Causa Operária, em sua coluna desta semana.
Só assim será possível fortalecer a organização dos trabalhadores. São elas que precisam acabar com o fascismo do governo Bolsonaro e de seus aliados golpistas.
Reforma agrária sob controle dos trabalhadores!
Fora Força Nacional dos assentamentos!
Fora Bolsonaro e todos os golpistas!