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Crise econômica

A farsa do aumento de 7,7% do PIB

É obvio que se trata de pura manipulação dos dados, nenhuma economia jamais saiu de queda de 9,6% do PIB para no período seguinte elevar para o dobro de crescimento

Uma controversa matéria do portal G1 da Globo destaca números surpreendentes da economia no 3º trimestre com um aumento do PIB em 7,7% em relação ao trimestre anterior. Ao mesmo tempo, dizem que esses números mantêm o patamar de 2017 e que de janeiro a setembro de 2020 a queda acumulada foi de 5% em relação a igual período de 2019. O maior crescimento ocorreu na indústria de transformação.

Esses números tiram o país da recessão técnica, que ocorre quando por dois trimestres seguidos são registradas quedas na variação do PIB. Em valores esse PIB representa R$ 1,9 trilhões. Os dados são do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

A imprensa burguesa explica o “PIBinho com cara de PIBão” como resultado da reação pelo mau desempenho do trimestre anterior, mas mesmo assim incapaz de recuperar os péssimos resultados no 1º e 2º trimestres, respectivamente queda de 1,5% no primeiro e queda de 9,6% no segundo.

No gráfico apresentado, a burguesia estuda a variação do PIB trimestral desde o 3º trimestre de 2015 até o 3º trimestre de 2020. De 2015 para cá, as variações ocorreram na faixa de – 1,5% a +1,3% e que no 2º trimestre de 2020 despencou para – 9,6%. No terceiro trimestre de 2020, o que está sendo anunciado com alarde, subiu 7,7%. Parece uma largada de carros de fórmula 1, saem de 0 a 300 km/h em segundos. As economias em crise desde 2008 contam com todo esse vigor físico?

Em seguida, apresenta os principais destaques desse glorioso resultado onde a agropecuária apresentou queda de 0,5%, a indústria elevação de 14,8%, indústria extrativa elevação de 2,5%, indústria de transformação elevação de 23,7%, construção civil elevação de 5,6%, serviços elevação de 6,3%, comércio elevação de 15,9%, consumo de famílias elevação de 7,6%, consumo do governo elevação de 3,5%, investimentos elevação de 11%, exportação queda de 2,1% e importação queda de 9,6%.

Isso remete àqueles ditados populares como “morder e depois assoprar”, ou então dar uma martelada no cravo e outra na ferradura. De qualquer forma soa como dizer meias verdades, ou meias mentiras. O sentido é claro de que se trata de ocultar algo importante. Mas o quê, especificamente?.

Há duas coisas muito importantes a esconder da população. Uma é o péssimo resultado da economia desde o golpe de estado em 2016, agora aprofundado pela pandemia, onde organismos como o FMI, a ONU, etc. anunciam para o mundo e para a América Latina em 2020 queda do PIB da ordem de dois dígitos. E no segundo trimestre o país sofreu queda de 9,6% em ano eleitoral.

Em segundo lugar temos uma situação de recessão técnica apontada quando no segundo trimestre de 2020 houve nova queda do PIB. Como sabemos muitas notícias que indicam descontrole econômico e ainda associado a uma pandemia de proporções gigantescas, onde o estado nada fez para ao menos amenizar os impactos sobre a população. Nessas condições a classe dominante sabe que está com o pescoço na guilhotina e se a classe operária puxar a corda será seu fim.

Por isso precisam manipular as informações que chegam ao povo, enganar, desinformar e criar todo tipo de confusão, esperando que não haja reação por parte desse povo. Como a burguesia sabe que o momento é crítico para ela, todo cuidado é pouco, mas ainda assim ela têm consciência de que precisa morder e assoprar, esperando perpetuar o pacifismo social. Só que a realidade é implacável, por mais que tentem manipular, uma hora o castelo de cartas virá abaixo.

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