Hoje completam-se 112 do dia em que Olga Benário, militante da Terceira Internacional Comunista e uma das figuras mais importantes para o Brasil, veio ao mundo. Ao longo do tempo, a burguesia, por meio de sua imprensa e do aparelho estatal, sempre tentou esconder sua figura, pois sabe que trata-se de uma das figuras revolucionárias de mais importância para o país, com um ímpeto revolucionário exemplar e com uma firmeza enorme, que mesmo debaixo das torturas do regime nazista, não cedeu.
Olga nasceu em Munique, na Alemanha, no berço de uma família pequeno burguesa. Seu pai era advogado e membro do Partido Social-Democrata Alemão, servindo assim de influência ideológica para a formação política de sua filha. Ainda assim, ao entrar no Partido Comunista Alemão com 15 anos de idade, teve de se mudar por divergências políticas com o pai.
Mudou-se para Berlim com seu namorado, o também comunista Otto Braun. Acabou sendo presa durante essa época por se envolver em brigas com milícias fascistas (sempre defendidas pela polícia), mas foi solta pouco tempo depois. Acabou, então, se mudando para a União Soviética, onde, após terminar com Otto, foi enviada ao Brasil para auxiliar o PCB como membro da terceira Internacional.
É no Brasil que Olga desenvolve seu papel mais importante, ao lado de Luís Carlos Prestes, líder brasileiro que viria a ser seu marido. Junto de Prestes, Olga participou da falida política estalinista que acabou por confundir o movimento operário no Brasil. Ainda assim, há de se destacar sua valentia e força revolucionária durante o período da chamada “Intentona Comunista” de 1935.
Acabou sendo presa junto de Prestes em 18 de Outubro de 1936. Como era alemã, gerou-se a expectativa por parte do governo Vargas de deporta-la para a Alemanha Nazista, em meio a negociações do governo brasileiro com o país. Gerou-se uma onda contrária à sua deportação, principalmente após Olga descobrir que estava gravida de Luis Carlos Prestes, já que seu bebê era cidadão brasileiro. Ainda assim, o mesmo STF de hoje em dia, julgou que era necessária sua deportação, sabendo tudo o que poderia ocorrer com ela e com a criança.
Olga, portanto, foi enviada à Alemanha, onde foi presa pela Gestapo. Olga permaneceu mais 14 meses com sua filha, por conta da amamentação. Após esse período, a bebê foi entregue para à sua avó, após um período de intensa agitação internacional por sua liberdade.
Olga foi executada em uma câmara de gás no dia 23 de abril de 1942, após intenso período de trabalho forçado e torturas, pois o governo nazista acreditava que ela poderia ser uma ótima fonte de informações contra os soviéticos. No entanto, Olga nunca cometeu nenhuma traição, o que fica provado com recentes documentos da Gestapo, exibidos em um livro escrito por sua filha.
Olga foi um exemplo para todos os militantes revolucionários, além de heroína brasileira e internacional.
